NOTA POLÍTICA do PCB de Campinas

imagemLockdown Já!

Na semana em que o primeiro caso confirmado de COVID-19 completou um ano, o Brasil teve as maiores médias móveis de óbitos e contaminações de toda a pandemia. Desde o início de 2021, a situação da pandemia no país só piora. Para além do cenário dramático que vivenciamos cotidianamente, o Brasil também é considerado perigoso aos olhos dos outros países, o que pode ter implicações gravíssimas para nossa economia e as relações internacionais.

Apesar de possuir um dos programas de imunização mais eficientes do mundo com o SUS, o governo brasileiro mostrou toda sua incompetência técnica e política para garantir que o maior número de pessoas fosse vacinada desde janeiro, início da campanha no país. Ultrapassamos a marca de 2.000 mortes diárias e até o momento em que essa nota é escrita, acumulamos mais de 280.000 mortos e 12 milhões de infectados, enquanto apenas 4,5% da população recebeu a primeira dose da vacina.

Enquanto os trabalhadores sofrem cotidianamente com a perda de algum familiar, o governo federal continua debochando da situação e evita a proposição de medidas efetivas de isolamento social e manutenção de empregos, consoante com ​​​​​​​seu caráter genocida e protofacista.

Esta situação trágica não é fruto do acaso, mas resultado lógico de um conjunto de políticas negacionistas, de opções deliberadas do governo Bolsonaro, que estimulam a contaminação, utilizando-se dos mais diversos recursos: disseminação de mentiras, restrição dos testes diagnósticos, propagação de medicamentos comprovadamente ineficazes, sabotagem das medidas de contenção, entre outros absurdos.

A falta de políticas para enfrentamento da pandemia e do cuidado à saúde não é apenas do governo federal. Apesar de uma aparente mediação populista do Governador Dória, constatamos um processo de intensificação das privatizações no estado e um corte de 12% da verba da saúde para o exercício de 2021 pela secretaria estadual de saúde. Na nossa macrorregião isso representa um corte orçamentário de R$ 19.161.043,00, o que impactrará em menos atendimentos, menos exames diagnósticos e menos procedimentos cirúrgicos. Uma expressão deste processo foi o fechamento de parte do setor da pediatria do Hospital Estadual de Sumaré. Cortar orçamento da saúde nesta conjuntura também representa uma prática genocida!

Em nossa cidade a situação também é desesperadora. Nosso sistema de saúde está em colapso desde o início do mês de março. Estamos com 100% das vagas de internação destinadas ao SUS ocupadas, 91% das vagas de hospitais privados ocupados e dezenas de pacientes aguardando leito de internação nos prontos socorros municipais, sem adequada assistência e, muitas vezes, falecendo a espera de um leito de internação.

Este colapso se expressa também em outros serviços que não só os de pronto atendimento e área hospitalar. Vemos um aumento da demanda por atendimento nos Centros de Saúde, tanto de suspeita de Covid-19 como de outras doenças. Com a ampliação de casos graves, estes serviços também estão tendo que acolher casos de maior complexidade, e os profissionais têm vivenciado uma significativa intensificação do trabalho.

Em nossa cidade, a prefeitura até o momento tomou medidas irrisórias para a resolução do colapso local. Estamos na segunda semana do mês e ainda não foram abertos novos leitos de internação na cidade; isso gera esgotamento físico e mental nos profissionais de saúde e afeta diretamente a nossa população. Não houve medidas concretas de redução de contágio, nem de suporte às famílias que necessitam garantir o básico para a subsistência com a restrição da circulação.

Nesse cenário que estamos vivendo é mais do que necessário uma medida imediata que decrete o lockdown na cidade acompanhada de uma política pela garantia e manutenção dos empregos e renda mínima para os trabalhadores e para os pequenos comerciantes. Existem inúmeras experiências que mostram que um lockdown efetivo, nacionalmente organizado, é capaz de impedir a transmissão comunitária. É o caso de inúmeros países, como China, Taiwan, Nova Zelândia, Austrália, Tailândia e muitos outros.

Nós comunistas entendemos que a vida dos trabalhadores está acima dos lucros. Sabemos que o descontrole da pandemia se deve à omissão dos governos desde o início da mesma. Entendemos que o colapso do sistema de saúde é um projeto dos governos neoliberais… e quem paga por isso são os trabalhadores! Exigimos uma política de lockdown, manutenação dos empregos e renda mínima para a classe trabalhadora. Não nos contentaremos com menos!

Nem populismo de Dória nem genocídio de Bolsonaro, a vida acima do lucro!

Fora Bolsonaro e Mourão!

Vacina Pública e Gratuita para todo(a)s já!

Lockdown já!

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Partido Comunista Brasileiro – PCB

Comitê Municipal de Campinas

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