A Ocupação Sionista e a Resistência Palestina
Por João Aguiar
JORNAL O MOMENTO – PCB da Bahia
A Ocupação Colonial Sionista e a Resistência Palestina
No dia 15 de maio completaram-se 73 anos da Nakba, ou catástrofe em árabe, quando colonos ocuparam a Palestina e começaram uma série de massacres, dando início de um longo processo de limpeza étnica e genocídio, que a partir da ocupação militar-colonial originou o Estado de Israel. Naquele dia, já centenas de árabes e muçulmanos, seja em Jerusalém ou Gaza, engrossavam os números de mortos e feridos.
A ofensiva do colonialismo israelense começou no dia 10 de maio, quando forças da ocupação invadiram a Mesquita de Al-Aqsa e retiraram muçulmanos à força. Combinando a decisão da Suprema Corte de Israel de expropriar ilegalmente palestinos do bairro de Sheikh Jarrah, foi o estopim para uma rebelião de massas com grande presença da juventude e das mulheres na Palestina. É preciso desmistificar a linguagem oficial na grande mídia, que tem narrado as revoltas contra o colonialismo como “confronto”, como se ambas as partes dispusessem de mesmas condições: trata-se de um massacre.
Após a reação dos manifestantes palestinos à polícia colonial de Israel – conhecida pelo seu papel de destaque na arbitrariedade no Oriente Médio, a qual dispõe de um moderno aparelho de repressão com de centros de tortura e detenção em massa – Israel partiu a bombardear territórios de grande densidade populacional árabe-palestina. Ao todo, os covardes bombardeios resultaram em 254 mortos e quase 2000 feridos. Entre as mortes dos bombardeios, 67 eram crianças. Barbaridade que fez o jornal israelense Haaretz publicar a foto de todas as crianças mortas nos bombardeios e suas histórias, algumas encontradas desfiguradas ou sob os escombros de suas casas.
O silêncio da grande imprensa ao morticínio por parte de Israel ou sua veiculação pró-sionista que veicula a tensão como um conflito puramente religioso ou étnico-racial, sem negar que são questões presentes, jogam por baixo do pano a veracidade dos fatos, necessária para uma compreensão a fundo da questão.
A Palestina é um território ocupado desde 1948, financiado pelo imperialismo norte-americano e britânico para cumprir um papel geopolítico de hegemonia militar no Oriente Médio. Na dimensão ideológica, se apresenta enquanto projeto sionista: uma interpretação do fundamentalismo religioso judaico, que traz do plano divino a base do convencimento e justificativa da ocupação israelita. Não por menos a limpeza étnica da colonização israelita, a destruição de toda simbologia pertencente, que remete à população árabe e muçulmana, é um fator indispensável do projeto colonial.
Gaza é o maior campo de concentração a céu aberto do mundo. São 2 milhões de palestinos que sofrem com ausência de água potável, famintos, sujeitos a todas arbitrariedades do exército israelense. Não somente há uma semelhança, mas se repetem os métodos do Apartheid Sul Africano ou do Jim Crow, que impunha a segregação racial nos Estados Unidos, atos inspirados ainda nos laboratórios das políticas nazistas que se impuseram contra os povos da Alemanha, principalmente o povo judeu.
Toda população histórica da Palestina está sendo sistematicamente assassinada ou expulsa de suas terras, para que imigrantes europeus ou norte-americanos de origem judia ocupem as terras e o território palestino. A defesa das liberdades civis, a luta contra o apartheid racial e a presença das forças de ocupação de Israel é uma tarefa radicalmente democrática que imputa o presente.
Mas, neste caso, a questão da libertação nacional da Palestina se relaciona diametralmente com a luta contra a presença do imperialismo no Oriente Médio e as burguesias chauvinistas. A paz e o fim das mortes e massacres que tomam conta dos noticiários só podem ser conquistados com a completa libertação da Palestina. É uma questão da libertação do proletariado em geral, árabe e judeu, cuja tarefa incide em criar um estado operário-popular e multiétnico, que expulse as forças da ocupação colonial-militar por completo, leve a cabo a destruição do imperialismo e sua presença no Oriente Médio, libertando os trabalhadores da opressão colonial e de toda chaga da segregação racial.
A luta pela Palestina Livre é uma luta contra o racismo, o capitalismo e o imperialismo!