Mulheres revolucionárias – VIOLETA PARRA

imagemColetivo Feminista Classista Ana Montenegro – Juiz de Fora

Violeta Parra (1917-1967) foi uma cantora, compositora e artista têxtil chilena. Foi uma grande representante da música tradicional dita “folclórica”, com composições e obras que denunciavam a realidade de sofrimento, repressão e exploração da classe trabalhadora de seu país, como na letra de “Arriba Quemando El Sol”, bem como relatando suas alegrias e motivações, como em “Gracias a la vida”. Em suas canções e bordados se encontram poesia e política, beleza, felicidade e dor que se espelham na terra, nos povos e no saber e cultura popular.

De origem campesina, mudou-se da província de Ñuble para Santiago aos 15 anos, para morar com seu irmão após a morte de seu pai. Forma, mais tarde, a dupla Las Hermanas Parra, com sua irmã Hilda. Seu trabalho se destaca e é referência no campo da música tradicional, a qual ela ajudou a resgatar e valorizar, sendo precursora do movimento “nova canção chilena”. No campo das artes visuais, foi a primeira mulher latinoamericana a expor individualmente no museu do Louvre, na França.

Tendo sofrido, junto de sua família, perseguições políticas do governo fascita de Ibañez, militou por um curto período de tempo no Partido Comunista Chileno, mas sua obra permanece permeada pelas questões das lutas de classes e as opressões que incidem sobre seu povo. Segundo ela , “a obrigação de cada artista é a de pôr seu poder criador a serviço dos homens […] Hoje a vida é mais dura e o sofrimento do povo não pode ficar sem atenção do artista”.

Residiu em diversas cidades, tanto na Europa como na América Latina onde desenvolveu variados projetos e trabalhos. Casou-se três vezes e foi mãe de quatro filhos, tendo perdido a mais nova, Rosita Clara, antes que completasse um ano de vida. Cometeu suicídio em fevereiro de 1967, em La Reina, deixando um legado vasto e sendo uma das maiores responsáveis pela resgate cultural da música tradicional chilena, além de deixar suas composições, sua voz e suas arpilleiras que podem seguir nos inspirando e fortalecendo, nos lembrando da arduidade da luta e do brilho da resistência.