Manifesto da Unidade Classista com Sofia Manzano

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Nós, da Corrente Sindical Unidade Classista, que reúne trabalhadores de todo o país e de diversas categorias, presente nas lutas dos canteiros de obra, das agências de correios, das salas de aula ao campo, dos escritórios aos comércios, do serviço público ao setor privado, nos manifestamos sobre o processo eleitoral.

Nossa vocação é a luta sindical, nos bairros populares, por moradia, por melhores serviços públicos para a população. Contudo, reconhecemos que essa eleição de 2022 possuirá grande importância para nossa classe, pois marca a necessária batalha contra a extrema direita, contra sua política autoritária, golpista, reacionária e conservadora, com sua agenda política econômica que busca retirar direitos e conquistas históricas dos trabalhadores e precarizar ainda mais os serviços prestados à população brasileira, um governo que possui um ideal de atender aos interesses dos ricos e poderosos, dos patrões e empresários, ou seja, do grande capital, tanto nacional como internacional. Um governo que busca se apoiar no passado de um ditadura criminosa que matou e perseguiu seus opositores, calou e censurou a imprensa e foi marcada por grandes corrupções.

Nós, da Unidade Classista, reconhecemos que nesse processo eleitoral caberá aos trabalhadores a construção de uma resposta contra essa política econômica e social, que ataca os trabalhadores e o conjunto do nosso povo. Por Isso, nos apresentamos para somar na luta para derrotar o governo Bolsonaro e Mourão e sua política. Nesse sentindo, a Unidade Classista identifica que é preciso reagrupar os trabalhadores, dispersos e instrumentalizados pelas diferentes frações das elites econômicas numa resposta contundente em defesa do emprego e do salário, do direito à habitação digna e de saneamento básicos para todos os brasileiros, independente do CEP de suas residências, por serviços públicos, gratuitos e de qualidade, por acesso à cultura e ao lazer, por saúde e educação, contra a carestia e a inflação, contra a retirada de direitos e de conquistas e em defesa da vida.

Assim, nós, da Unidade Classista, defendemos o fim do criminoso teto de gastos, a anulação da reforma da previdência e trabalhista, o privilégio da responsabilidade social sobre a fiscal, e condições dignas para nosso povo poder viver.

O governo Bolsonaro foi criminoso desde seu primeiro momento, não apenas atentando contra nossos direitos, mas precarizando cada vez mais as condições de vida do nosso povo. Sabemos que parcelas significativas de nossa classe se iludiram com suas promessas diante do descrédito causado pelos governos anteriores, que juravam estar ao lado do povo, mas não se cansavam de flexibilizar direitos e conquistas. Nós, que conhecíamos a figura de Bolsonaro pelos seus posicionamentos contra os trabalhadores e contra o povo, o combatemos desde o primeiro momento, da campanha eleitoral que o elegeu até suas políticas que potencializaram a tragédia do povo brasileiro, o deixando ainda mais vulnerável aos impactos da pandemia do corona vírus e da covid 19.

Testemunhamos as políticas genocidas desse governo, que buscou sabotar a todo instante a busca pela vacina e a construção de um auxílio emergencial para nosso povo. Um governo que mentiu e contrariou especialistas e a ciência, receitando remédios sem eficiência e tardando a aquisição e o início do programa de vacinação.

Diante de todo esse cenário, nós, trabalhadores defendemos a criação de um agenda política, econômica e social, que atenda às necessidades de nosso povo e de nossa classe, que se coloque a serviço de nossos interesses, imediatos e históricos, que combata o fascismo e o autoritarismo, assim como também a agenda liberal e seus interesses.

Precisamos de um programa que reorganize nossa classe para a defesa de seus direitos e para avançar em direção a novas conquistas.

Reconhecemos que diversos adversários poderão surgir contra o governo Bolsonaro e Mourão, bem como contra sua tentativa de reeleição. Contudo, apontamos a necessidade de questionar para além de Bolsonaro, os interesses de classes que estão por trás desse governo, e onde esses interesses se colocarão no processo eleitoral. É preciso derrotar Bolsonaro e Mourão, entendemos essa prioridade. Justamente por isso, buscamos derrotar também a sua política econômica em suas múltiplas manifestações. Por isso, nos somamos à campanha da companheira Sofia Manzano, uma mulher trabalhadora, professora, sindicalista, organizada em nossa corrente. Nossa luta não começa nem se encerra no processo eleitoral, mas todos nós temos um encontro marcado com essa agenda. É preciso derrotar Bolsonaro, Mourão e sua política, e, nesse processo, avançar na organização dos trabalhadores do campo e da cidade, nos sindicatos e nos bairros, e, juntos, avançarmos na luta.

São nossas bandeiras nesse processo:

Vacinação para todos;
SUS 100% estatal, público, universal, gratuito e de qualidade;
Auxílio emergencial de, no mínimo, 600 reais, para todos que necessitarem;
Tabelamento dos preços dos gêneros de primeira necessidade;
Nenhuma ação de despejo das comunidades que lutam legitimamente em defesa da moradia popular;
Defesa das empresas públicas e reestatização de todas as empresas estratégicas;
Revogação imediata da emenda constitucional do teto dos gastos e das contrarreformas trabalhista e previdenciária;
Rejeição completa da Reforma Administrativa;
Garantia de estabilidade no emprego, com salário integral e todos os direitos e garantias, a todos os trabalhadores;
Transporte público gratuito aos idosos e desempregados;
Suspensão imediata do pagamento dos juros da dívida interna;
Taxação das grandes fortunas;
O privilégio da responsabilidade social sobre a fiscal;
Criação de Frentes de Trabalho e programa habitacional de construção e distribuição de casas populares;
Condições dignas para nosso povo poder viver.