Todo apoio às greves da educação!

Jornal da Unidade Classista – junho de 2023

Trabalhadores e trabalhadoras da Educação do Amazonas, Distrito Federal e Rio de Janeiro entraram em greve no mês de maio. As categorias reivindicam o pagamento do piso salarial nacional, dos reajustes não pagos anteriormente, o pagamento das progressões, além de outras pautas sobre melhorias das condições de trabalho e estudo.

Além disso, trabalhadores/as da Educação de todo o país estão em luta pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM), um projeto articulado pela burguesia brasileira e seus representantes na política institucional, que prejudica os estudantes da escola pública e desvaloriza ainda mais os professores, que estão sendo duramente sobrecarregados e forçados a trabalhar com conteúdos para os quais não foram formados, sob ameaça de ficarem com suas cargas de trabalho incompletas. Essa pressão adicional tem afetado negativamente o desempenho dos educadores e das educadoras e prejudicado a qualidade do ensino oferecido aos estudantes.

A revogação do NEM não cairá dos céus e, por isso, precisa de participação ativa dos sindicatos, entidades estudantis e de toda a sociedade. A consulta “pública” aberta pelo Ministério da Educação está em fase de encerramento e, desde seu anúncio, já mostrou o caráter verticalizado, com a tutela da burguesia, que não modifica e tampouco melhora as condições de trabalho e estudo. Educadores e estudantes não querem avaliações ou ajustes e sim a sua revogação!

A Unidade Classista apoia todas as mobilizações dos trabalhadores e das trabalhadoras da Educação e reafirma seu compromisso por uma Educação Popular pública, gratuita, laica e de qualidade!

Em um cenário de carestia, com a alta dos preços de tudo aquilo que é necessário para o povo trabalhador sobreviver, de desmonte dos serviços públicos e precarização das condições de trabalho na educação, inclusive com a inclusão do FUNDEB no novo teto de gastos, somente o acirramento da luta de classes, tendo o socialismo como horizonte, possibilitará a conquista de uma vida digna e uma verdadeira educação popular!

CONTRA O “ARCABOUÇO FISCAL”!
A CLASSE TRABALHADORA QUER DIGNIDADE DE VIDA!

Em toda América Latina vemos a dificuldade de mobilização da classe trabalhadora. Enquanto a esquerda não consegue avançar além do progressismo, o fascismo continua se enraizando e crescendo. Apesar de parecer em coma frente aos últimos escândalos de corrupção, o neofascismo brasileiro continua vivo, inclusive atentando contra a vida nos ataques nas escolas.

Depois de quase meio ano sem a presença do neofascista Jair Bolsonaro na presidência, a expectativa da classe trabalhadora em avançar em direitos e dignidade de vida segue ameaçada. O capitalismo continua se alterando, estimulando cada vez mais os trabalhos desregulados, individuais e fora da carta de direitos trabalhistas. O MEI, inclusive, existe há 15 anos e a maioria das pessoas vinculadas ao “microempreendedorismo individual” trabalham mais do que 8 horas diárias e nunca conseguiram tirar férias.

Aqui no Brasil, o mote para o novo governo de “deixa o homem governar” tenta frear as críticas contra as políticas desastrosas para a classe, como o chamado “arcabouço fiscal”, que nada mais é do que um novo teto de gastos para impedir investimentos na saúde e educação. Com esse novo teto, o governo se compromete ainda mais a beneficiar os banqueiros, especuladores e grandes empresários e se nega a priorizar as metas sociais, metas de empregos, distribuição de renda, desenvolvimento econômico e social.

No mesmo dia de sua aprovação na Câmara dos Deputados, no dia 24 de maio, também tivemos atos em várias cidades do país contra o projeto do “calabouço” fiscal que agora segue para ser votado no Senado. Mais uma vez é necessário afirmar que o desequilíbrio das contas públicas não tem nada a ver com os investimentos sociais ou com aumento de salário. A origem desse problema vem da política de juros praticadas pelo Banco Central, que transformou o Brasil em refém dos interesses dos banqueiros e especuladores.

O atual governo não será capaz de romper com esse modelo porque é parte dele, e nós trabalhadores e trabalhadoras teremos de tomar os rumos do país com nossas próprias mãos. É hora de a classe trabalhadora, unida às forças populares e aos movimentos sociais, se mobilizar em torno das lutas concretas contra as medidas burguesas de contrarreformas e retiradas de direitos e, ao mesmo tempo, debater um programa de mais largo prazo para romper com o sistema capitalista e construir a revolução socialista no Brasil.