Sobre as eleições para o ANDES-SN
A Unidade Classista não apoiará nenhuma das quatro chapas!
A Corrente Sindical UNIDADE CLASSISTA vem a público manifestar seu posicionamento acerca das eleições do ANDES-SN para o biênio (2025-2027).
A militância da Unidade Classista é constituída por mais de uma centena de docentes de diversas universidades públicas brasileiras, institutos federais e Cefets, militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), simpatizantes, amigos(as) e independentes que constroem coletivamente nossa plataforma de luta. A partir do último congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro de 2025 na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), passamos a nos apresentar de forma independente nos espaços do ANDES-SN.
A Unidade Classista fazia parte da corrente Andes de Luta e pela Base (ALB) e compôs, nos últimos anos, os mandatos do ANDES-SN, exercendo tarefas na direção do Sindicato Nacional e em diversas regionais – tendo estado, nas últimas duas direções, na primeira e segunda vice-presidência nacional e na secretaria geral, além de um período pro-tempore na presidência do SN.
Sempre pautamos nossas alianças pela construção coletiva, coerência programática e pelo esforço de construção da unidade. Operamos nossa atuação nas bases, nos GTs, nos setores de luta, na direção do Sindicato Nacional e nas Seções Sindicais dos/as Docentes pelo movimento do real que interessa à nossa classe, no exercício de uma ação coletiva e democrática, para avançar na luta contra o neoliberalismo na educação, no combate à extrema direita e ao neofascismo, na defesa dos interesses da categoria docente e da universidade popular.
Em relação ao Governo Federal e aos governos estaduais, sublinhamos a importância de que o ANDES-SN siga se posicionando de forma independente para poder enfrentar com autonomia todas as políticas de caráter neoliberal. Governe quem governe, direitos se defendem!
Lamentavelmente, o crescimento e a atuação convicta da Unidade Classista incomodaram setores que compõem a direção do ANDES-SN e setores do ALB, que passaram a atacar cotidianamente nossos/as militantes, operando com deslealdade e sectarismo político nesses “debates”, burocratizando os espaços de luta, travando a democracia interna desses espaços, além de desrespeitarem as políticas construídas por essa aliança e aprovadas de forma reiterada pela categoria.
Tudo isso gerou uma disputa interna desqualificada e inoportuna que nos levou a romper com o coletivo ALB durante do Congresso de Vitória, em fevereiro deste ano. Não sem antes empreender inúmeras tentativas de mediação e repactuação ao longo dos últimos anos, tentativas que sempre esbarravam em expressões de anticomunismo e de sectarismo por parte de alguns desses setores.
No Congresso de Vitória apresentamos um manifesto, no qual discutimos com algum detalhe nossa opção pelo rompimento, nossas pautas prioritárias de luta, que vêm sendo reivindicadas e referendadas por amplos setores da categoria, tanto no debate da Política Educacional quanto também nos debates sobre a nossa Política Internacionalista e de Reorganização da Classe Trabalhadora. Tudo isso acompanhado de uma avaliação da necessária retomada da centralidade dos esforços classistas de unidade, para além dos limites do próprio SN e da categoria docente, na perspectiva de contribuir para a contraofensiva da classe trabalhadora frente ao neofascismo, ao neoliberalismo e a todas as políticas de retiradas de direitos e de precarização da vida e do trabalho. Na nossa compreensão, a disputa eleitoral pela direção do ANDES-SN não poderia se dar sem tais elementos táticos fundamentais.
Na nossa opinião, a construção do Encontro Nacional da Educação (ENE), principal ferramenta de articulação do ANDES-SN com o movimento estudantil e com as demais entidades sindicais da educação, não deveria ter sido abandonada e deve ser retomada o mais breve possível para que o nosso sindicato nacional possa voltar a intervir com mais vigor no debate educacional, apresentando um projeto de Educação e de Universidade Pública que não se paute apenas pela reação à retirada cotidiana de direitos, mas sim por uma concepção avançada de Educação contrária ao projetos do capital.
Continuamos defendemos a manutenção da saída do ANDES-SN da CSP-Conlutas, devido à política estreita e sectária desenvolvida por esta Central. Enfrentamos politicamente o PROIFES que, lamentavelmente, se articulou com a CUT, buscando atrapalhar as negociações coletivas da nossa categoria com o Governo Federal e a quebra da unicidade de representação sindical. Buscamos construir o Fórum Sindical, Popular e de Juventudes e seguimos pautando a necessidade de reorganização da classe trabalhadora, defendendo que o ANDES-SN participe da construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT).
Também apontamos a necessidade de o ANDES-SN se aproximar das entidades representativas dos docentes da Educação Superior Pública de outros países, a exemplo do sindicatos combativos ligados à Federação Sindical Mundial (FSM), operando uma política de associação orgânica e programática com esses sindicatos, e não políticas artificiais de articulação internacional com entidades pouco representativas, a partir de um diálogo frágil com a categoria sobre o que significam tais articulações. Ainda no âmbito internacional, seguimos fazendo uma defesa firme da vocação internacionalista do ANDES-SN, em especial a defesa da solidariedade ativa com a Revolução Cubana e com o povo de Cuba, que há 70 anos enfrenta um bloqueio criminoso que deve ser combatido por qualquer organização ou entidade do campo classista.
Consideramos que as chapas que se apresentaram para o pleito eleitoral não têm em seus programas uma pauta geral que qualifique a possibilidade de que o ANDES-SN possa romper com a burocratização e se apresente para a luta social como deve ser um sindicato classista, potencializando sua práxis na perspectiva de uma férrea unidade na luta. Sabemos que essa unidade é importante para derrotar a direita e a extrema-direita no Brasil e no mundo, e nosso sindicato deve contribuir no que for necessário para a unidade de todas as forças de esquerda comprometidas com a construção do socialismo.
Desde o último congresso eleitoral do ANDES-SN realizamos conversas com integrantes de todas as chapas em disputa. Devido à ausência de pontos de convergência programática que abarquem nossas principais propostas e formulações, avaliamos e decidimos que, no atual processo eleitoral para a direção do ANDES-SN a UNIDADE CLASSISTA, corrente sindical orgânica ao PCB, não apoiará nenhuma das chapas em disputa.
Seguiremos fortalecendo o trabalho de base e a formação política e sindical, construindo as Seções Sindicais, nas bases e nas inúmeras direções nas quais estamos inseridos, construindo as oposições sindicais ao PROIFES, participando dos encontros, seminários, GTs, CONADs e Congressos do ANDES-SN, sempre reforçando nossa solidariedade internacional aos povos em luta contra o imperialismo, a exemplo dos povos palestino e cubano, dentre outros. Estaremos lutando nas bases e nas direções por um ANDES-SN autônomo, independente, classista, democrático e combativo, por uma Universidade Popular!
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!