Cuba: o silêncio não deve vencer

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Por Ignacio Ramonet / Hernando Calvo Ospina / Atilio Boron / Fernando Buen Abad

Via ODIARIO.INFO

Quatro destacadas personalidades promoveram um abaixo-assinado internacional de protesto contra o criminoso bloqueio dos EUA contra Cuba. Foram, como era de se prever, objeto dos habituais rasteiros ataques dos lacaios do imperialismo. Neste texto, reafirmam a sua posição, que é a da humanidade decente e progressista: Fim ao bloqueio! Fim às constantes tentativas de ingerência e desestabilização! Cuba vencerá!

Ratificamos a nossa solidariedade

Há alguns meses, por nossa iniciativa, recolhemos assinaturas de personalidades científicas, políticas, artísticas e intelectuais, profundamente comprometidas social e humanamente, para difundir pelo mundo um protesto enérgico contra o bloqueio que os Estados Unidos mantêm contra Cuba há mais de sessenta anos.

Nestes dias, certos meios de comunicação apontam para nós quatro uma vez mais, com os nossos próprios nomes, por esta carta de protesto, alegando ainda que fazemos parte do aparelho cubano de propaganda. Fiquem sabendo que hoje reafirmamos o nosso protesto com ainda mais convicção e solenidade. E temos a certeza de que todas as personalidades que nos acompanharam com a sua assinatura o fariam agora com a mesma convicção.

Ao bloqueio criminoso contra Cuba, que se expressa por centenas de ataques vindos do império, sob a forma de ameaças, sanções, calúnias e assédio político-econômico, somam-se as recentes tentativas de desestabilização financiadas a partir da Casa Branca e do sul da Flórida, visando especialmente a juventude cubana. Não há limite para a baixeza e a estupidez. Não é justo que o povo cubano sofra a irracionalidade criminosa do império norte-americano, nem é aceitável ficar calado face à situação desesperada com que Cuba é confrontada, dos problemas causados pelo bloqueio e aos que dele decorrem até ao infinito.

O plano do império é colocar Cuba de joelhos através da fome, da insalubridade, da escassez de energia, da falta de tecnologias de base, abastecimentos e peças de reposição. O plano do império é apagar, a qualquer preço, o exemplo cubano de humanismo e de rebelião revolucionária. O plano do império é fazer triunfar o ódio dos carrascos contra a dignidade dos rebeldes, asfixiar a economia cubana e provocar o sofrimento de sua população a fim de que ela se revolte contra o governo revolucionário.

Só a administração de Donald Trump emitiu 243 medidas de sanções e Joe Biden foi incapaz de mudar a natureza desumana dessas sanções que atingiram níveis extremos de insensibilidade nos piores momentos da pandemia de Covid-19. Washington ignorou com arrogância a condenação anual da Assembleia Geral da ONU, que exige o fim deste procedimento desumano.

Das entranhas do império, com milhões de dólares, hordas de “dissidentes”, “opositores”, de “críticos” camuflados sob todo tipo de discursos sobre os “direitos humanos”, a “liberdade de expressão” e o espírito “democrático” operam nas redações de “periódicos”, “jornais televisionados”, “redes sociais” para vender a sua mercadoria informacional paga por vontades criminosas. Querem operar dentro de Cuba com o apoio da “imprensa internacional” para prejudicar a imagem da revolução, legitimar a aplicação do criminoso bloqueio e justificar todo tipo de intervenções. Para isolar Cuba a fim de a converter no palco do crime perfeito de que ninguém suspeitará.

Eles esbanjam descaradamente milhões de dólares para promover a subversão interna, apelando à desobediência civil, à anarquia e ao caos, com o único propósito de derrubar o atual sistema político e instalar um que responda aos seus próprios interesses. Washington não se importa com as imensas realizações científicas da revolução que, entre outras, farão com que dentro de poucas semanas Cuba seja o primeiro país do mundo a vacinar toda a sua população contra a Covid-19 e com as suas próprias vacinas. E isto apesar do fato de Washington se ter dado a grandes esforços para evitar que Cuba adquirisse até mesmo seringas para administrar as vacinas. Não podemos ficar calados perante este inferno que Cuba sofre.

Dentro do país, pessoas que se sentem apoiadas e protegidas por Washington usam como bandeira a difícil situação econômica devida ao bloqueio (situação exacerbada pela Covid, como em todas as outras nações) e apelam a manifestações subversivas. Fazem-no sem levar em conta as leis vigentes que proíbem qualquer ataque ao sistema político, como é o caso em todos os Estados do mundo. E ainda mais quando ele é incitado por uma potência estrangeira.

Nós, que reafirmamos o que foi dito e levantamos uma vez mais as nossas vozes, pedimos mais uma vez ao governo dos Estados Unidos que ponha fim ao desumano bloqueio contra Cuba e que cesse as suas tentativas de desestabilizar uma nação que, em nenhum momento, agiu contra a sua segurança, interferiu nos seus assuntos internos ou apelou aos cidadãos americanos a que derrubassem a ordem estabelecida, apesar dos múltiplos e graves problemas sociais internos dessa potência mundial.

Reafirmamos o nosso amor por Cuba a fim de que este povo irmão, que nos educou com o seu titânico exemplo de resistência, força e grandeza, o saiba. Que o povo revolucionário de Cuba saiba por que estas poucas linhas expressam o clamor de milhões de irmãos solidários e a riqueza dos sentimentos fraternais de gratidão pelo exemplo de solidariedade de Cuba com todos os povos irmãos, tanto em Angola como na Venezuela ou no México, para citar apenas um eixo geopolítico e histórico de um novo tipo no tempo e no espaço.

Ao enfatizar nosso amor pela Revolução Cubana, reafirmamos o que dissemos: que ele é inabalável e em constante progressão.

Ignacio Ramonet, jornalista, Espanha; Hernando Calvo Ospina, escritor, França; Atílio Borón, sociólogo, Argentina e Fernando Buen Abad, filósofo, México.

28 de Julho de 2022

Fonte: https://www.legrandsoir.info/cuba-le-silence-ne-doit-pas-gagner.html

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