Copa do Catar manchada de sangue do trabalhador

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Federação Sindical Mundial

Tribuna Popular – Partido Comunista da Venezuela
 


A Copa do Mundo de futebol no Catar está manchada de sangue da classe trabalhadora

Caracas, 20 de novembro de 2022 (FSM Press)

A designação deste emirado árabe para sediar o evento já estava marcada pela corrupção. São bilhões de recursos pertencentes ao povo do Catar, porque deles é a riqueza que está alojada em seu subsolo.

Desde então, o patrocínio dessas empresas é sustentado por especulações e negócios dos quais apenas as elites do país árabe se beneficiam. Essa grande massa de capital também serve para sustentar regimes medievais e autocráticos que não hesitam em colaborar com o regime opressor de Israel e as democracias burguesas ocidentais que o endossam.

O Catar também é um regime que oprime os direitos básicos das mulheres e das pessoas pertencentes a grupos LGBTI. Não há dúvida de que usarão o evento mundial para tentar limpar a cara de um governo opressor e para se apresentarem ao mundo como defensores da democracia e da integração.

O capitalismo transformou o esporte, prática humana digna e louvável, em mais uma ferramenta ideológica para atingir seus interesses, impregnando-o de um caráter competitivo de acordo com sua filosofia, na qual quem não vence é um fracassado. Por outro lado, também alimenta os sentimentos mais conservadores de nacionalismo, confrontando fanatismos, sendo fonte de atos de vandalismo e violência e abrigando dentro de si movimentos fascistas ligados a partidos políticos que anseiam por ditaduras sangrentas e cenários de guerra que o sindicalismo classista sempre condenou. Um evento em que o papel da mulher é degradado.

Não podemos esquecer que a construção da infraestrutura megalomaníaca que abriga a Copa do Mundo ceifou a vida de milhares de trabalhadores que tiveram que suportar jornadas intermináveis de trabalho, temperaturas sufocantes, salários miseráveis e condições de saúde e segurança inexistentes. Trabalhadores do continente africano e do Sudeste Asiático foram obrigados a aceitar contratos de escravidão, conhecido como sistema kafala, onde o empregador retinha seu passaporte e impunha as mais bárbaras condições de trabalho, enquanto o trabalhador poderia ser preso ou deportado sem indenização caso não cumprisse a jornada.

Tudo que o capitalismo toca é corrompido e o sindicalismo classista denuncia esse sistema predatório e desumano que até no lazer e nos esportes tenta incutir sua filosofia de vida. É preciso denunciar o sangue derramado e a desgraça de milhões de irmãos e irmãs de classe provocados para promover o espetáculo que nos acompanhará nas próximas semanas.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Fonte:

https://prensapcv.wordpress.com/2022/11/20/la-copa-del-mundo-de-futbol-comienza-el-20-de-noviembre-en-qatar-tenida-de-sangre-trabajadora/