Pela punição dos golpistas de ontem e de hoje!
Comissão Política Nacional do PCB
A história do Brasil é marcada pela impunidade dos carrascos das classes trabalhadoras. As classes dominantes sempre se esforçaram para bloquear a ação independente das massas populares na vida política nacional, seja por meio da repressão, por meio da cooptação ou por meio das “transições por cima”, pactuadas entre as elites em resposta às graves crises. Nesse quadro histórico, até mesmo o poderoso movimento grevista do proletariado, que deu início à derrocada da Ditadura Militar-Burguesa implantada em 1° de abril de 1964, foi incapaz de travar até o fim uma luta pela punição dos torturadores, militares golpistas e empresários que financiaram as ações da repressão.
Não é à toa, então, que os comandantes golpistas das Forças Armadas e das Polícias Militares e Civis continuem se sentindo à vontade para, mesmo sob a República dita democrática, conspirar suas aventuras golpistas e promover a mais brutal violência e opressão contra o povo trabalhador e sua luta por dignidade.
Por isso, neste 1° de abril, os movimentos populares e organizações socialistas irão às ruas em todo o país, como fazemos todos os anos nesta data, para denunciar os crimes da ditadura militar e exigir memória, verdade e justiça – o que não pode existir sem a punição de todos os torturadores e agentes do antigo regime. Mais que isso: vamos às ruas expor a conexão entre esses crimes do passado e os crimes dos militares e golpistas no presente, como sua responsabilidade pelo verdadeiro genocídio promovido no Brasil pelas mãos do governo Bolsonaro, durante a pandemia da Covid-19.
Sabemos que as instituições republicanas burguesas são impotentes, por si mesmas, para levar a cabo essa punição: o histórico de impunidade que pesa sobre nossa vida nacional é produto da tendência das instituições liberais à reconciliação permanente com aqueles que conspiram contra elas, em nome da “estabilidade” e da “governabilidade” republicana. Apenas o movimento das massas trabalhadoras independentes pode, através da sua organização e da sua pressão, forçar essas instituições letárgicas e lenientes à ação, sob medo de que o povo tome em suas próprias mãos a solução dessa e de todas suas demais reivindicações.
Sem o combate imediato aos golpistas de ontem e de hoje, a força dos reacionários seguirá se consolidando sem quaisquer obstáculos. Apenas o Poder Popular pode travar uma luta até o fim pela punição dos dirigentes bolsonaristas e de todos os seus cúmplices militares e civis.
Pela punição dos torturadores, golpistas e genocidas de ontem e de hoje!
Sem anistia para os crimes dos bolsonaristas militares e civis!
Pelo Poder Popular e o socialismo!