Ainda Estou Aqui e a luta contra a ditadura
Ainda Estou Aqui e a luta contra a ditadura
PCB do Maranhão
O filme “Ainda Estou Aqui” não é apenas um drama biográfico sobre a história de Eunice Paiva e a brutalidade da ditadura militar brasileira. Ele é, sobretudo, um testemunho da resistência política, do papel das mulheres na luta por justiça e da necessidade de lembrar para que a história não se repita.
O longa conta a história real de Eunice Paiva, advogada e ativista que passou 40 anos procurando a verdade sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva. O ex-deputado federal foi assassinado durante a ditadura militar.
A ditadura empresarial-militar, iniciada em 1964, foi um projeto do grande capital nacional e internacional para reprimir os avanços sociais e políticos no Brasil. Rubens Paiva, como parlamentar comprometido com mudanças progressistas, foi brutalmente eliminado pelo regime. Mas é em Eunice Paiva que vemos a força de quem, mesmo diante da repressão e do desaparecimento do marido, transforma sua dor em luta.
O filme resgata o papel das mulheres que, em meio à violência de Estado, assumiram o protagonismo na denúncia das atrocidades cometidas pela ditadura. Eunice Paiva, como tantas outras mães, esposas e filhas de desaparecidos, não se calou. Seu enfrentamento é um símbolo da resistência democrática no Brasil.
A consagração de “Ainda Estou Aqui” no Oscar 2025 como Melhor Filme Internacional é um marco na denúncia do terrorismo de Estado que marcou a ditadura brasileira. Porém, o reconhecimento internacional não pode servir apenas como memória histórica: deve ser um chamado para a luta permanente contra qualquer forma de autoritarismo imposto pela burguesia e pela defesa intransigente dos direitos humanos.
O filme “Ainda Estou Aqui” nos lembra que a justiça só será plena quando a verdade for reconhecida, os crimes da ditadura forem plenamente responsabilizados e os princípios democráticos forem fortalecidos. Enquanto houver injustiça, a luta continua.