Camarada do PCB em Goiás, Clóvis Bueno, aos 107 anos, recebe a Medalha Dinarco Reis
Na semana passada, com a presença do Presidente da Fundação Dinarco Reis (Dinarco Reis Filho), do Secretário Geral do PCB (Ivan Pinheiro), da Secretária Política do PCB em Goiás (Marta Jane) e de vários militantes do Partido no Estado, o camarada Clóvis Bueno, que fará 107 anos em novembro deste ano, recebeu a Medalha Dinarco Reis, em concorrida e emocionante cerimônia em Anápolis (GO), no Colégio Galileu.
O ato contou com a presença da esposa, filhos, parentes, amigos e companheiros de Clóvis Bueno e intelectuais da cidade de Anápolis, que discorreram sobre as lutas populares e a presença dos comunistas na história da cidade e região. Usaram da palavra os representantes do PCB e da Fundação Dinarco Reis, um dirigente do PSOL, os filhos de Clóvis Bueno e camaradas contemporâneos de lutas do homenageado.
Dinarco Reis Filho resumiu a história ainda viva de Clóvis Bueno, no momento que antecedeu a entrega da Medalha que leva o nome de seu pai, Dinarco Reis, que foi um membro do Comitê Central do Partido que marcou sua militância pela coragem revolucionária e pelo espírito internacionalista. Assim foi resumida a vida do camarada Clóvis Bueno:
“Clóvis Bueno fará 107 anos em 2014, já que nasceu no dia 30 de novembro de 1907, na cidade da Maranguape, Estado do Ceará. Foi para o Rio de Janeiro onde se formou em agrimensura e por lá entrou no PCB (Partido Comunista Brasileiro). Teve contato com Luiz Carlos Prestes e conviveu mais de perto com Carlos Marighela. Participou do levante popular de 1935 que pretendia derrubar Getúlio Vargas do poder, movimento que ficou conhecido como Insurreição Comunista de 1935. Por conta disso, foi preso por três anos e depois resolveu ir para São Paulo, onde trabalhou em um escritório de advocacia. Com as perseguições ainda no Estado Novo (1937-1945), resolveu se interiorizar. Vai para Campinas, depois Triângulo Mineiro e por fim chega a Goiás no início da década quarenta. Em Corumbaíba conhece Abissínia e já são 61 anos de casamento, com três filhos, dois morando em São Paulo e um em Brasília. Tem apenas um neto, sobre isso os dois brincam dizendo que os filhos não foram muito produtivos. O primogênito recebeu o nome de Lenine, uma homenagem ao líder da Revolução Russa de 1917. Em 1945 migra para Pires do Rio, onde funda o PCB. Participou das lutas históricas do Partido como a Campanha do Petróleo em 1953, da resistência ao regime militar, entre as décadas de sessenta e oitenta e da campanha pela abertura política na década de oitenta. Após o fim do regime militar, Clóvis se reintegra ao PCB no ano de 1985. Ainda hoje participa das discussões políticas tanto na cidade, quanto no Brasil. Desde 1948 mora em Anápolis com Abissínia Bueno Monteiro, que, sempre com bom humor, lembra os fatos que também viveu com seu companheiro de vida.”