08 de Março: Dia Internacional de Luta das Mulheres!

08\03\2015

O dia internacional da mulher será lembrado na mídia e no discurso burguês como apenas outra data comemorativa, como o “dia de todas as mulheres”. Para essa visão dominante, o 8 de março será um dia de rosas, presentes (e consumismo!), uma data feita para, no máximo, lamentar as desigualdades de gênero que persistem na nossa sociedade.

Porém, não é essa a verdadeira história que está por trás do 8 de março e centenas de mulheres estarão nas ruas nesta data lembrando o Oito de Março como uma data ligada à Luta da Mulher Trabalhadora.

A origem do Dia Internacional da Mulher está intimamente associada à história das lutas da mulher operária, na memória de episódios tais como o massacre das operárias de Nova York, que durante uma greve foram queimadas vivas dentro de sua fábrica a mando de seu patrão. Clara Zetkin, uma comunista alemã, propõe, em 1910, no II Congresso das Mulheres Socialistas, que fosse destacada uma data para dar visibilidade à luta das mulheres trabalhadoras. No início a comemoração ocorreu em datas díspares pelo mundo até que fosse fixado dia 08 de Março. A data oficializou-se pela primeira vez em 1921, em homenagem às camaradas russas que, em fevereiro/março de 1917 cruzaram os braços em luta contra a superexploração a que eram submetidas. Finalmente, após muitas lutas das feministas a ONU em 1975 reconhece esse ano como o ano da Mulher e consagra institucionalmente 08 de Março como o Dia Internacional da Mulher.

É por isso que, para a mulher trabalhadora como um todo, o 8 de março não é um dia de presentes ou de lamentos. É um dia de luta, e especificamente para nós comunistas, dia de luta internacionalista pelo socialismo.

A sociedade capitalista, ao nos tornar objeto frágil, impede que nós mulheres enfrentemos organizadas, ombro a ombro com os homens, esta sociedade de exploração, de opressão e desigualdades salariais, que está mais presente do que imaginamos. O Brasil tem um dos maiores índices de nível de desigualdade de distribuição de salários entre homens e mulheres!

Não se trata de uma questão de “desqualificação profissional”, mas sim de uma sociedade onde o capital busca intensificar a exploração através da divisão sexista do trabalho. Não nos basta somente a igualdade salarial e de direitos se todas estamos exploradas e oprimidas por relações sexistas e de violência. Os cortes nos direitos trabalhistas conquistados nas lutas pelos trabalhadores brasileiros feitos pelo Governo Dilma recentemente atingem particularmente as mulheres por terem empregos, trabalhos mais precarizados na sociedade.

Não bastasse o fator econômico, a questão classista, a exploração, também o nível de violência é altíssimo. A violência doméstica tem números espantosos, a saber, a cada dois minutos uma mulher é agredida, 850 mil mulheres realizam abortos clandestinos por ano, sendo o aborto a 5ª. maior causa de morte materna, cerca de 7.4 milhões de mulheres em função da hipocrisia do sistema burguês já fizeram aborto uma vez na vida ( sendo que as mulheres pobres são as que mais falecem\adoecem porque as não assistidas). O Brasil é o 7º. Colocado no ranking dos países onde mais ocorre a violência contra a mulher, com cerca de 143.000 mil estupros por ano. Existe a presunção de que 330.000 mulheres serão assassinadas até 2050.

Nossos corpos, desejos, nossa vida privada são sempre invadidas pela violência da sociedade machista patriarcal. Basta! Nossa luta não é contra os homens, mas sim contra a forma capitalista de dividir o trabalho e educar as pessoas!

O COLETIVO NACIONAL FEMINISTA CLASSISTA ANA MONTENEGRO luta por um programa classista, de ideologia que ultrapasse o terreno reformista, querendo uma ruptura com esse estado violento e corrupto que tem apoio e participação dos grandes empresários, todos querendo resolver a crise do capital com cortes nos direitos trabalhistas. O ANA acredita nas trabalhadoras, nas estudantes que estão nas ruas lutando e construindo o Poder Popular para a ruptura rumo a uma sociedade socialista, que pode construir um cotidiano sem violência.