“PCB: INIMIGO Nº 1 DA DITADURA” – FUNDAÇÃO DINARCO REIS E PCB LEMBRAM OS ANOS DE CHUMBO NO DIA 25 DE MARÇO
Em todo o país, em diversas cidades, o PCB organizou atividades em homenagem aos seus 93 anos de fundação. Palestras, debates, atos, ações de ruas, festas, de múltiplas formas o PCB celebrou e comemorou sua data.
No Rio de Janeiro, na sede nacional, o PCB, em parceria com a Fundação Dinarco Reis organizou uma palestra (um bate papo) com militantes e amigos do Partido com a temática: “PCB, inimigo nº1 da ditadura”, que contou com a apresentação do camarada e membro do Comitê Central Muniz Ferreira, historiador e pesquisador da história do Partido.
Mais do que um olhar voltado ao passado, a fala inicial do camarada Muniz, que emulou um interessante debate entre militantes e amigos do Partido, trouxe à reflexão sobre elementos muito presentes na atual conjuntura política brasileira, como a emergência de um pensamento anticomunista, que permeia a ação de grupos reacionários, os quais resolveram sair das catacumbas e disputar espaço na sociedade brasileira.
Muniz abordou o histórico do anticomunismo, não apenas no imaginário social, mas na ação política das classes dominantes, as quais, representando os interesses do grande capital nacional e internacional, articularam e implementaram o golpe de 1964, com a justificativa de defender o Brasil da ameaça comunista. A ação coordenada pelos serviços secretos nacionais, com financiamento de empresários e apoio logístico do governo dos EUA, subsidiou o regime militar com vistas à eliminação física do PCB, através da perseguição, assassinatos e desaparecimentos de importantes dirigentes do partido, bem como de uma forte ação repressiva nas células do Partido, principalmente as de corte operário.
Tratava-se de uma ditadura de segurança nacional, inspirada e legitimada em uma doutrina político-militar, cujas matrizes teóricas haviam sido elaboradas no War College dos Estados Unidos, imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Caberia às forças militares estadunidenses a responsabilidade pela defesa do hemisfério frente às ameaças externas que pudessem proceder do chamado “bloco comunista”. Aos exércitos nacionais latino-americanos, caberia o enfrentamento ao chamado “inimigo interno”, ou seja, as forças da “subversivas” (partidos de esquerda, movimentos populares, intelectualidade progressista, etc). Ainda quando não se apresentassem visivelmente sob a forma de movimentos revolucionários e/ou insurrecionais, deveriam ser percebidos/as como elementos constitutivos de uma “guerra revolucionária” comunista, expressão regional do conflito global entre as forças do “ocidente livre” e o comunismo mundial. Por isso a ditadura tentou massacrar o PCB, visto como inimigo extremamente perigoso, por possuir dirigentes com larga experiência nas lutas sociais e uma estratatégia revolucionária de longo prazo.
Por fim, Muniz Ferreira falou sobre a necessidade de potencializarmos organicamente o Partido para que possa influir decisivamente nas presentes e futuras batalhas a envolver a luta de classes brasileira e mundial.