O PCPE, o KKE e o PC Italiano debateram o oportunismo, em Pisa

imagemA.G. Em 22 de agosto, realizou-se um debate na cidade italiana de Pisa, organizado pelo Partido Comunista Italiano, sobre o caráter e o papel de forças como o PODEMOS, o SYRIZA e o Movimento 5 Estrelas.

No debate, realizado no âmbito da I Festa Comunista regional, participaram os camaradas Petros Skipoulos, do Partido Comunista da Grécia (KKE), Marco Rizzo, Secretário-geral do Partido Comunista Italiano (PCI) e Ástor Garcia, responsável pela Área Internacional da Partido Comunista dos Povos de Espanha (PCPE), que abordaram, a partir da experiência de cada país, as principais vertentes que permitem entender o rápido crescimento das diversas organizações oportunistas.

Nas palavras de Marco Rizzo, que iniciou as intervenções, o principal elemento a considerar nestes três países é o de que, na sequência do desenvolvimento da crise capitalista, o capitalismo passou de “organizar o consenso” para “orientar a dissidência”, incentivando o surgimento e desenvolvimento de forças políticas, como o partido da Beppe Grillo, que tentam canalizar o descontentamento popular, resultante das consequências da gestão burguesa da crise, para posições legitimadoras do capitalismo, tentando assim impedir qualquer avanço na consciência revolucionária das massas.

Petros Skipoulos fez a sua intervenção para caracterizar o papel do SYRIZA durante os meses transcorridos desde as eleições de janeiro deste ano. Apresentou um conjunto de dados interessantes sobre os vínculos do partido de Alexis Tsipras com setores da oligarquia grega e de figuras como Gianis Varoufakis, considerado um dos representantes dos interesses norte-americanos na Grécia. Skipoulos explicou os detalhes da posição do KKE no referendo de 5 de julho e denunciou o papel das organizações oportunistas, que atacaram o Partido Comunista da Grécia e defenderam e defendem Tsipras. Falou também sobre o papel do novo partido, Unidade Popular, formado por ex-membros do SYRIZA, que tem como objetivo tentar canalizar, nas próximas eleições, o voto de setores da população grega que se opõem ao novo memorando, mas sem oferecer qualquer alternativa de classe, tentando assim dificultar o crescimento da influência do KKE entre amplos setores operários e populares.

Finalmente, o representante do PCPE explicou o rápido crescimento do PODEMOS como parte de uma estratégia do bloco dominante oligárquico-burguês para articular a mudança política numa altura em que a crise económica derivou em crise política e coloca em risco a estabilidade institucional em Espanha. Caracterizou o PODEMOS como “a nova social-democracia que pretende assumir o papel do PSOE, sem pôr em questão a presença espanhola na UE, na NATO ou no euro”.

Os três oradores coincidiram em que, perante o crescimento deste tipo de organizações oportunistas, é necessário o fortalecimento dos Partidos Comunistas, a defesa da independência política e ideológica da classe operária e um enfoque claro na luta política para o poder operário e popular, contra os monopólios e o sistema em que se baseiam.

Este evento serviu para reforçar os laços fraternais entre os três partidos e para abrir novas perspetivas na cooperação bilateral e multilateral.

Publicado em 2015/09/30, em: http://www.unidadylucha.es/index.php/internacional/1580-pcpe-kke-y-pc-italiano-debaten-en-pisa-sobre-el-oportunismo

Tradução do castelhano de PAT

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