Especial: Mar del Plata: 65 mil mulheres no 30° Encontro Nacional de Mulheres

imagemResumen Latinoamericano /11 de outubro de 2015

A marcha pelas ruas da cidade foi massiva e foi reprimida pela polícia em frente à Catedral

“Basta de feminicídios”, “Basta de violência”, “Basta de tráfico”, “Não existe # Niunamenos sem emergência nacional” e “Legalização do aborto” foram as principais palavras de ordem que encabeçaram a imensa marcha do XXX Encontro Nacional de Mulheres, que partiu neste domingo à tarde da Independencia e Luro para percorrer 40 quadras pelo centro de Mar del Plata, com o objetivo de apresentar os principais problemas relkativos à questão de gênero. A esses eixos somaram-se cartazes de “Claudia Sposetti presente” e “Carmen Salinas presente”, as duas mulheres assassinadas nesta última semana pela violência de gênero em Mar del Plata.

Repressão em frente à Catedral

Mar del Plata/ Quando as colunas de manifestantes se mobilizavam em frente à catedral, foram reprimidas pela polícia com balas de borracha. No momento existem 5 mulheres detidas dentro da capital. Uma delas, Rosana, de HIJOS Mar del Plata. Outras três jovens foram agredidas por grupos direitistas localizados na frente da Catedral, que as empurraram para o templo e as golpearam.

Sérios incidentes em frente à Catedral na Marcha das Mulheres

O dirigente de ultradireita Carlos Gustavo Pampillón liderou um grupo de pessoas que se mobilizaram em frente à Catedral para “proteger, cuidar, salvaguardar, etc. nossa Catedral ante os eventuais ataques de grupos extremistas com intenções (sic) de manchá-la, rompê-la ou sujá-la”, segundo a convocatória feita pelo próprio Pampillón em sua conta no Facebook.

Uma parte da imensa marcha do Encontro de Mulheres decidiu manifestar protestos a favor do aborto em frente à sede da Igreja de Mar del Plata. Eram cinco mil mulheres e, nas escadarias da Catedral, se posicionou uma centena de católicos e militantes de ultradireita. Ocorreram insultos, algumas pedras foram atiradas e, em seguida, começou uma violenta repressão policial que atirou gás de pimenta nas mulheres, muitas delas acompanhadas por filhos e filhas de pouca idade. Balas de borracha, cassetetes e várias meninas presas foi o resultado da ofensiva repressiva.

Como tudo começou

Quando um grupo de mulheres passou pela Catedral, começaram as provocações entre várias moças e grupos ultracatólicos. Na escadaria da Catedral sobressaiu o dirigente de ultradireita, Carlos Pampillón. Da troca de insultos, os grupos passaram para as agressões, apesar de estarem separados pelas grades da Catedral. Um grupo de policiais se somou, atacando as mulheres. Duas barras da Catedral caíram no chão e começaram os incidentes.

Os gases lacrimogêneos geraram mal estar nos grupos que se encontravam ali e, finalmente, foram detidas três mulheres, que receberam golpes. Ficaram algemadas dentro da Catedral por algumas horas e, depois, foram transferidas para o Hospital Interzonal para se determinar a gravidade das lesões que sofreram.

Antes do início do Encontro de Mulheres já tinham ocorrido ataques a vários murais que anteciparam a chegada de milhares de mulheres a Mar del Plata. Primeiro, com pichações antiabortistas e, depois, outros escrachos com símbolos nazistas. O dirigente neonazista Carlos Gustavo Pampillón foi um dos que liderou a “custódia” da Catedral, onde várias mulheres foram agredidas.

Comunicado do CORREPI sobre a repressão

Repudiamos a repressão ao Encontro Nacional de Mulheres

Há poucos instantes, o operativo conjunto das forças de segurança da Província de Buenos Aires, integrado pela Bonaerense, Infantaria e Polícia Local, reprimiu a manifestação massiva que está ocorrendo agora na cidade de Mar del Plata, no marco do 30° Encontro Nacional de Mulheres.

Ao chegar à ponta da mobilização, nas imediações da Catedral, fomos recebidas com gás lacrimogêneo, cassetetes e balas de borracha pertencentes a uma divisão de reacionários antiabortistas – entre os quais se encontrava o dirigente do grupo neonazista FONAPA (Fórum Nacional Patriótico) Carlos Pampillón –, que se manifestavam contra as reivindicações e palavras de ordem multiplicadas durante todo o fim de semana na cidade costeira. Até onde sabemos, no momento, existem quatro companheiras detidas e dezenas de feridas. Assim, nossas companheiras se encontram tentando garantir sua liberdade.

Estes fatos mostram que a resposta por parte do Estado, quando o povo sai à rua para reclamar por seus direitos, é sistemática e sempre a mesma.,Devemos redobrar nossos esforços para que este tipo de situação e as que virão nos encontrem organizadas e levantando um só punho.

A repressão continua, a luta também.

Basta de reprimir os e as que lutam!

CORREPI Organização no ENA – Encontro Nacional Antirrepressivo

Especial: Mar del Plata: 65 mil mujeres en el 30º Encuentro Nacional de Mujeres

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