OLHAR COMUNISTA
O empresário modelo
Eike Batista, que já foi o sétimo indivíduo mais rico do mundo, foi preso pela Polícia Federal por corrupção ativa. A principal acusação, no momento, é o pagamento de R$ 54,3 milhões de reais ao ex-governador Sérgio Cabral, encarcerado na penitenciária de Bangu 8.
Eike foi projetado pela mídia com modelo de empresário bem-sucedido, empreendedor, “ousado”. Era um dos símbolos do momento de crescimento do capitalismo brasileiro de alguns anos atrás. Sua trajetória, no entanto, é mais uma das muitas que envolvem o apoio do Estado a empresários e grupos empresariais, de forma oficial e não oficial. Em muitos casos, a propina é a regra predominante.
Batista, filho de Eliezer Batista, ex-presidente da Companhia Vale do Rio Doce (de 1961 a 1964 e de 1979 a 1986) e ex-ministro de Minas e Energia no período da ditadura, obteve financiamentos e concessões do Estado para a exploração de minérios, construção de portos e outros negócios. Lançou ações e ganhou muito dinheiro, até com empresas que nunca saíram do papel. Em seus empreendimentos, foi acusado de burlar leis ambientais, entre outras falcatruas.
Governo Temer se aproxima de Cuba
A informação é do jornal O Globo. A intenção é a de aproveitar o momento de abertura econômica em curso na Ilha para dar vazão a interesses de diversos setores. O BNDES se propõe a financiar a compra de equipamentos ferroviários, e a indústria quer vender etanol e realizar projetos de infraestrutura, entre outros itens.
O Brasil, refletindo os interesses da burguesia, sempre manteve uma postura pragmática nas relações internacionais. Exemplos não faltam: em plena ditadura, retomaram-se as relações comerciais com a China, e o Brasil foi o primeiro país a reconhecer Angola logo após a conquista do poder pelo MPLA. Há alguns anos, momento de plena hegemonia do governo de Hugo Chávez, centenas de empresários foram à Venezuela, em delegações, para realizar seus negócios.
Assim, essa aproximação atual nada tem a ver com uma guinada à esquerda. Mesmo nos governos Lula e Dilma, quando uma parte de seus integrantes e de sua base social mostrava simpatia pelo regime cubano, pode-se afirmar que a motivação maior para a aproximação econômica era a defesa dos interesses da burguesia brasileira, cujos imperativos são a expansão de capitais e a conquista de novos mercados na América Latina. Eventual e temporariamente, tais interesses podem convergir com as necessidades de países socialistas, como, hoje, no caso de Cuba, ou de inclinação socialista, como no caso da Venezuela, que buscam promover desenvolvimento e melhorias na qualidade de vida da sua população.