OLHAR COMUNISTA – 09/03/2017
O presidente norte-americano Donald Trump anunciou que vai incluir na proposta orçamentária a ser enviada ao Congresso um aumento de 10% nas verbas destinadas às forças armadas. São 54 bilhões de dólares a mais.
Os gastos militares têm efeitos diretos na economia dos EUA, pois, pelas encomendas de armamentos sofisticados e suprimentos em geral, movimenta toda uma rede de empresas industriais de alta tecnologia e de serviços, o que gera um efeito multiplicador de gastos no conjunto da economia, fazendo-a crescer. É o keynesianismo militar, que vem sendo utilizado há muitas décadas para impulsionar a atividade econômica naquele país.
Além desse efeito, que reforça a proposta de Trump de crescimento econômico a qualquer preço – político ou social –, a medida fortalece a projeção do poder estadunidense no mundo, dentro da lógica do imperialismo, incentiva o nacionalismo xenófobo defendido na campanha eleitoral e dá mais força ao complexo industrial militar na formulação e implementação das políticas dos EUA.
É sempre bom lembrar que os governos democratas não deixaram de empreender ações militares no mundo e nem deixariam de fazê-las num possível governo Hillary Clinton. Mas trata-se de um claro retrocesso. É mais um elemento preocupante quanto ao papel que os EUA exercerão no quadro internacional durante o governo Trump.
“É melhor ser ateu do que católico hipócrita”
A afirmação foi feita pelo Papa Francisco em missa realizada em sua residência. Francisco criticou a “vida dupla”, a contradição entre o discurso e a vida real vivida por muitos que, dizendo-se fiéis e frequentando a Igreja, não seguem nenhum dos princípios básicos da solidariedade ao próximo, da justiça e da igualdade presentes nas escrituras sagradas do cristianismo, e vivem da exploração do trabalho de outros seres humanos, na opulência (crítica do Papa dirigida também a muitos clérigos) ou no crime.