NOTA LGBT COMUNISTA CEARÁ
No dia 15 de fevereiro, a travesti Dandara foi cruelmente assassinada. A particularidade do caso de Dandara é a filmagem feita por um dos agressores e divulgada na internet na última sexta-feira, 03 de março, somente ganhando visibilidade nacional e internacional após a viralização deste monstruoso vídeo. Neste, Dandara é agredida e humilhada por cinco homens, sendo logo após carregada em um carrinho de mão, quando encerram a gravação.
Atualmente, segundo dados do Grupo Gay da Bahia, uma pessoa LGBT morre a cada 27 horas no Brasil, que figura entre os países mais perigosos para um LGBT viver, sem contar os inúmeros casos que não são contabilizados e reconhecidos, resultado da falta de discussão sobre relações sociais de gênero e sexualidade. É preciso relacionar esta falta de discussão a constantes ataques aos direitos da população LGBT e sua marginalização, seja na escola, a partir de iniciativas pelo silenciamento das discussões de gênero e das violências sofridas por esta parcela da população em especial, seja na criminalização de professores, através do projeto “Escola sem Partido” (projeto encampado no Ceará pela deputada fundamentalista “Dra” Silvana, do PMDB), que objetivam fomentar esta discussão em sala de aula. Recentemente, a Câmara de Vereadores de Fortaleza retirou o texto sobre diversidade sexual do Plano Municipal de Educação, iniciativa também presente na Assembleia Legislativa do Ceará, onde a “Dra” Silvana novamente aparece com todo o seu fundamentalismo propondo a retirada dos termos “LGBT”, “gênero” e “diversidade sexual” do Plano Estadual de Educação, com a desculpa de que “somos uma sociedade cristã”, à revelia de toda a opressão e violência históricas contra os LGBTs.
É preciso levar em conta também o caráter de classe desta população, somando toda a opressão à sua sexualidade à opressão do capital, na medida em que possuem menores oportunidades de emprego e de estudo, considerando também a retirada de direitos encampada pelo governo golpista de Michel Temer.
Dandara foi vítima de LGBTfobia e se tornou estatística, nós não podemos nos calar diante deste ato repugnante. O coletivo LGBT Comunista e União da Juventude Comunista repudiam qualquer ato de opressão e convoca a todas e a todos para o ato de sexta-feira, 10 de março, com concentração na praça Luiza Távora às 9h, em solidariedade a Dandara e pela reivindicação de políticas públicas contra a LGBTfobia.
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