OLHAR COMUNISTA – 24/04/2017

imagemEleições na França mostram ascensão da extrema-direita e da esquerda

Os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais francesas – 23,87% para o “centrista” Macron, 21,43% para a candidata da extrema direita Marie Le Pen, 19,94% para o republicano Fillon e 19,60% para Melenchon, da esquerda, mostram o crescimento da extrema direita, cuja plataforma, de base nacionalista, centra-se no combate aos imigrantes e na crítica à União Europeia. Ao mesmo tempo, os 19,60% do candidato da esquerda, com seu programa anticapitalista, representam um avanço, no terreno eleitoral, da compreensão de setores mais amplos do eleitorado acerca dos limites do capitalismo. A significativa queda nos votos do Partido Socialista, do atual presidente Hollande, que obteve 6,35%, revelam o fracasso da política de adesão ao liberalismo com “medidas compensatórias” para os trabalhadores.

Macron é favorito para o segundo turno. Além do crescimento eleitoral, a esquerda tenderá a reforçar a mobilização dos trabalhadores contra as reformas liberais, na luta maior contra o capital.


Denúncia de tráfico de escravos na Líbia

A informação vem da Information Clearing House. Após a intervenção da OTAN, liderada pelos Estados Unidos para derrubar o regime de Muammar Kaddafi em 2011, para “libertar o povo Líbio de um ditador e de seus supostos abusos contra direitos humanos”, foi gerado um vácuo de poder que tem permitido que grupos terroristas como o Estado Islâmico tenham forte presença no país.

Apesar das destrutivas consequências da invasão de 2011, o ocidente atualmente está trilhando trajetória similar no que tem a ver com a Síria. Logo após a administração Obama ter trucidado Kaddafi em 2011, a administração Trump agora está ressaltando as supostas políticas repressivas de Bashar Al Assad na Síria e advertindo seu regime de que poderá rapidamente ter o mesmo fim – tudo em nome da proteção da população civil da Síria.

Nesta semana, novas descobertas desnudaram uma dramática consequência da “intervenção humanitária”: o crescimento do comércio de escravos. As principais vítimas são refugiados muito pobres de países da África em trânsito pela Líbia rumo à Europa, que, após “contratarem” um guia para ajudá-los, são aprisionados e traficados.

É o triste quadro de um país cujo parlamento foi criado em 1917, que tinha índices elevados de bem-estar social, massacrado pela sanha do imperialismo estadunidense e de seus aliados em garantir o petróleo de que necessitam, em ampliar sua dominação sobre os povos e em destruir qualquer regime que não lhes seja submisso.


Confusão sobre porta-aviões mina o discurso de força de Trump.

A matéria de O Globo, de 20 de abril último, trata da imprecisão das informações sobre os rumos do porta-aviões nuclear norte-americano Carl Vinson. A belonave estaria, segundo a Casa Branca, deslocando-se para a Coréia do Norte, para pressionar o regime de Pyong-Yang a abandonar seu programa nuclear e seu desenvolvimento de mísseis balísticos, mas, na realidade, estava navegando na direção oposta. Trump havia anunciado que enviaria uma “poderosa armada” à península coreana.

É a revelação do jogo de cena em que Trump tenta passar uma imagem para o público interno norte-americano de que está sendo duro com a China e de que não está se afastando da postura intervencionista dos EUA, mantida pelo ex-presidente Obama. Na realidade, Os EUA não têm como intervir diretamente, hoje, na Coréia do Norte, país que detém armas nucleares e é apoiado diretamente pela China.