OLHAR COMUNISTA – 04/07/2016

imagemPlanos de saúde perdem clientes mas lucram mais e mais

Mais de 1 milhão e meio de pessoas deixaram de ser clientes dos planos de saúde privados no ano passado. No entanto, por conta dos reajustes das mensalidades – de 13% a 40% -, essas empresas tiveram um aumento de 12% em seus lucros, no mesmo período. Para Leandro Fonseca da Silva, da Agência Nacional de Saúde, a tendência é de que os planos de saúde se tornem “serviços de elite”.

O setor atende a 47 milhões de pessoas e se beneficia do fato de que os gastos com as mensalidades podem ser descontados do imposto de renda, o que significa, na prática, que o Estado, que vem reduzindo sistematicamente os gastos com a Saúde pública, precarizando, assim, cada vez mais, os serviços, acaba por financiar os grupos privados.

A Saúde, por sua natureza, não pode ser privada, pois, seguindo a lógica do lucro, as empresas – planos, hospitais, clínicas – tendem a se concentrar nos procedimentos mais lucrativos e jamais farão ações de prevenção (precisam da doença para viver da venda da cura). Em geral, “empurram” os procedimentos mais caros para o setor público.

O financiamento do Estado ao setor privado de saúde não tem justificativa. A Saúde deve ser pública, estatal, de acesso universal e de alta qualidade.


Europa: máfia lucra com refugiados

Como se não bastassem os riscos corridos durante a travessia do Mediterrâneo e a constante ameaça de expulsão, os imigrantes que chegam à Europa, principalmente pela Itália, após passarem algum tempo nos campos de recepção, são em geral “recrutados” e submetidos à exploração do trabalho por grupos criminosos que oferecem seus serviços a empresas privadas. A maioria se mantém na ilegalidade, o que faz com que seus salários sejam irrisórios, aumentando, assim, os lucros dos empresários que os contratam junto aos grupos mafiosos de capatazia.

Há outro fator que aumenta o sofrimento dos imigrantes: a Máfia italiana, entranhada nas diversas instituições que recebem e intermediam a distribuição dos recursos destinados aos imigrantes (35 euros / dia para adultos e 45 para crianças), recruta até cerca de 25% do total de imigrantes, segundo denúncias.

Tudo isso tem, como pano de fundo, a grande hipocrisia da União Europeia, que incentiva políticas de repressão à imigração, quando, na verdade, precisa, segundo estimativas seguras, de cerca de 12 milhões de trabalhadores estrangeiros por ano para fazer frente à necessidade de os países europeus suprirem a redução sistemática de sua população.


Greve geral exige saída de Temer

Manifestações realizadas no último dia 30 de junho, sexta-feira, levaram milhares de manifestantes às ruas, por todo o país. A rejeição das contrarreformas trabalhista e da previdência e a saída de Temer foram as principais palavras de ordem presentes. Além de passeatas e atos públicos, houve ações de bloqueio de estradas e vias públicas.

A retomada do protagonismo da classe trabalhadora no enfrentamento à ofensiva neoliberal contra os direitos trabalhistas e sociais é o grande saldo da onda de manifestações que vêm ocorrendo, nos últimos meses, contra as políticas de desmonte social do governo golpista e ilegítimo de Temer. A luta já obteve vitórias, como o recuo do governo na reforma da previdência e no fortalecimento da opinião pública de que Temer já devia ter caído.


100 anos de João Saldanha

Comemoram-se, esse ano, os 100 anos de nascimento do jornalista João Saldanha, falecido em 1990. Comentarista de futebol, tendo atuado em diversos jornais e emissoras de rádio e TV, Saldanha, botafoguense, foi técnico da Seleção Brasileira nas eliminatórias de 1969, quando montou sua seleção de “feras”.  Querido pelo público, João Saldanha notabilizou-se pela crítica ferina, pelo bom humor, pela lucidez e cultura geral de que dispunha, além das inúmeras brigas que comprou.

Acima de tudo, João Saldanha manteve, por toda a vida, sua coerência com as ideias que defendia, sua condição de comunista e de militante do PCB.


Moscovitas não querem a demolição dos conjuntos habitacionais da era soviética

Os moradores de Moscou vêm se manifestando contra a intenção da prefeitura da cidade de demolir os “Krushiovka”, conjuntos de prédios construídos durante a gestão de Nikita Krushev à frente do governo da União Soviética, há cerca de 50 anos, para dar lugar a prédios com apartamentos maiores e abrir espaço para a ação de construtoras privadas.

Os “Krushiovka” são conjuntos de segunda geração, sucedendo os “Komunalca”, conjuntos coletivos de menor porte construídos nas décadas anteriores para fazer frente, com rapidez, à falta de moradias.  Os “Krushiovka” correspondiam a um salto de qualidade, a uma era de mais conforto e desenvolvimento econômico e social atingida pela URSS a partir dos nos 1950, uma lembrança que, com toda razão, os moscovitas não querem esquecer.