Venda de área da Amazônia para mineração causa indignação
OLHAR COMUNISTA – 28/08/2017
A repercussão extremamente negativa do decreto assinado pelo presidente Temer que permite a venda de um extenso território da Amazônia, de 47 mil quilômetros quadrados, entre o Pará e o Amapá, na Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), onde há 9 áreas indígenas e muitas unidades de preservação, levou o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, a tentar, em entrevista à imprensa, provar que não haverá danos ambientais ou prejuízos para os nativos. O decreto presidencial extingue a Renca.
O ministro citou que haverá fiscalização em todo o território liberado para a mineração. O Palácio do Planalto afirmou, ainda, que a Renca “não é nenhum paraíso”, pois há pistas de pouso clandestinas e atividades extrativas ilegais em curso há muito tempo. Tal declaração demonstra que de fato não há nem haverá fiscalização alguma, pois toda a liberdade e permissividade são garantidas pelo Estado burguês a atividades lucrativas, pouco importando se são legais ou ilegais.
A venda de áreas florestais para a atividade mineraleira é um crime, assim como a forma como foi feita, por decreto presidencial, trata-se de um golpe. A exploração de riquezas minerais deve ser implementada com ampla discussão na sociedade e sob controle dos trabalhadores, para que esses recursos, estratégicos para o país, assim como a soberania de seu território, sejam utilizados não para o lucro de grandes empresas privadas, mas com uma taxa de retirada que permita a extensão de sua vida útil, a aplicação de parte das receitas em investimentos sociais, científicos e tecnológicos, com a preservação da Amazônia, de toda a sua rica biodiversidade e seus complexos serviços ambientais.