Greves em 2016: luta contra atraso de salários e defesa de direitos
OLHAR COMUNISTA – 15/09/2017
De acordo com o Dieese, 81% das 2.093 greves ocorridas em 2016, nos setores público e privado, tiveram, como principal motivação, a defesa de direitos sociais e trabalhistas sob ataque. Em 56% dos casos, os atrasos no pagamento de salários foram o elemento deflagrador dos movimentos. O Dieese observou, ainda, que o aumento do número de trabalhadores terceirizados, em diversos segmentos, como os de coleta de lixo, asseio e conservação, contribuiu decisivamente para esse quadro.
Outras causas importantes das greves deflagradas em 2016 foram a falta de segurança no trabalho, como no caso dos trabalhadores rodoviários, e a luta pela reposição de perdas salariais, como no caso dos servidores públicos das esferas municipal e estadual.
O número de greves ocorridas em 2016 supera em muito o patamar vigente até 2012, de cerca de 500 paralizações por ano. As razões para esse aumento são claras: a crise econômica, a política de retirada de direitos dos trabalhadores para o favorecimento dos empresários, que se aproveitam da situação para aumentar seus ganhos com a maior exploração do trabalho, e a taxa de desemprego atual, muito mais elevada que em 2012.
A elevação do número de greves mostra também que a classe trabalhadora está disposta a enfrentar o aumento da exploração. Essa mobilização deve se manter e se reforçar, para que, num próximo momento, possa se converter em ofensiva para a retomada e a ampliação de direitos, por mais empregos e aumento de salários, avançando na luta maior pela superação do sistema capitalista.