Governo Trump aumenta o isolamento dos EUA na cena internacional

imagemOLHAR COMUNISTA – 16/10/2017

A saída da UNESCO e a proposta de rompimento do acordo nuclear com o Irã foram duas medidas tomadas nos últimos dias pelo presidente estadunidense Donald Trump, as quais não apenas geraram críticas e insatisfações internas nos Estados Unidos – inclusive na própria base política do governo – como também muitas reações de desaprovação de diversos países. A saída da UNESCO foi decidida, formalmente, em função da possível eleição de um árabe para a presidência da agência, o que desagradaria a Israel, principal aliado dos EUA no Oriente Médio. Este fato não se deu, tendo sido eleita uma diplomata francesa para o cargo.

imagemA ação na Unesco confirma o posicionamento de Trump (“America First”), assumido já na campanha eleitoral, de opor-se a qualquer tipo de ajuda ou solidariedade internacional. Vale lembrar que a Unesco, mesmo sem muitos recursos financeiros à disposição, a exemplo do que ocorre em outras instâncias do sistema ONU, desempenha um papel importante nas esferas educacional e cultural no plano mundial, apoiando programas educacionais relevantes nos países mais pobres e zelando pelo patrimônio cultural material e imaterial da humanidade. Vale lembrar também que os EUA já deixaram de pagar sua contribuição à UNESCO nos anos 1970, época em que essa organização, hegemonizada pela antiga União Soviética e por um bloco de países não alinhados (países independentes dos blocos capitalista e socialista durante a Guerra Fria, mas tendo inclinação maior a estabelecer relações com a URSS) começou a ter uma presença mais efetiva na ajuda aos países menos desenvolvidos e em desenvolvimento.

No que diz respeito ao Irã, a proposta, enviada ao Congresso por Trump, de não renovação do acordo nuclear – cuja assinatura teve o aval de países como Rússia e China – pode levar a uma escalada militar na região e tornar mais próximo o risco de eclosão de uma guerra.

Com tais atitudes, o governo Trump faz com que a credibilidade dos Estados Unidos caia de forma ainda mais acentuada na comunidade internacional. As duas ações têm, como fundamento, a defesa dos interesses dos mais ricos entre os norte-americanos, a quem interessa fabricar e vender armas e manter a desigualdade social elevada, tanto no plano interno quanto no plano mundial.