Brasil: destaque mundial em ataques ao meio ambiente
OLHAR COMUNISTA – 18/11/2017
Ao contrário dos elogios pela matriz energética limpa e à habilidade de conduzir negociações entre países ricos e em desenvolvimento, frequentes em conferências climáticas anteriores, o Brasil apresenta, neste ano, um quadro de mais emissões de CO2 e mais desmatamento. O país teve sua imagem prejudicada pelo anúncio da intenção de permitir a venda de áreas de proteção na Amazônia para empresas mineradoras e tem obtido reveses na captação de recursos para o financiamento à preservação das matas. Outra fonte de desgaste é o fato de que o governo vem anunciando medidas de incentivo ao uso de combustíveis fósseis, na contramão da concepção de sustentabilidade. As leis ambientais brasileiras são controversas e defasadas, em geral, dos padrões de referência mundiais.
Nada disso acontece por acaso. A criação de gado na região amazônica é a maior causa do desmatamento na região, seguida pela exploração da madeira. O agronegócio avança sobre áreas de preservação e exerceu forte influência na definição do novo Código Florestal, que definiu a extensão de matas ciliares (ao longo dos rios e lagos, para a sua preservação) e outras medidas em claro favorecimento aos seus interesses. As leis que regulam as emissões e o destarte de rejeitos, entre outras, demoram muito tempo para serem elaboradas e promulgadas e têm seus efeitos rebaixados por ações na justiça para o não pagamento das multas.
O grande capital é adversário direto do meio ambiente. Mas, a exemplo do que vem ocorrendo em diversas cidades da região sul, nas quais a população se mobiliza para impedir a exploração do gás de xisto – reservas de gás localizadas abaixo dos lençóis e reservas d’água, como ao Aquífero Guarani, é hora de mobilizar a todos para que a questão ambiental seja enfrentada e seu principal inimigo – o capital – seja claramente identificado e combatido.