Um exemplo de tolerância: terreiro de candomblé será reconstruído com doação de evangélicos
OLHAR COMUNISTA – 23/11/2017
Por iniciativa da pastora luterana Lusmarina Garcia, quando era presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro – Conic Rio – e fazia parte da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, igrejas evangélicas doaram R$ 11 mil para a reconstrução do terreiro Kwe Cejá Gbé de Nação Djeje Mahin, em Duque de Caxias. O terreiro foi alvo, recentemente, de diversos ataques, motivados por intolerância religiosa.
Este foi um gesto simbólico de grande importância, pois demonstra a percepção de líderes de igrejas de que é preciso defender o direito irrestrito à liberdade religiosa e à intenção de trabalhar e lutar contra a onda de intolerância e preconceito presente no Brasil e em outros países, cujos alvos mais frequentes são as religiões e cultos de matriz africana.
A esta onda se somam outras manifestações de origem nazifascista que atacam LGBTs e imigrantes, negros e pobres, entre outros alvos, que têm, como pano de fundo, a defesa de privilégios da classe burguesa, a qual, além da exploração do trabalho, se nutre também, no caso extremo, da defesa de uma “supremacia branca”, do combate a direitos sociais em geral e a qualquer movimento que lute por justiça e igualdade.
Os comunistas sempre defenderam a liberdade de religião, como ficou demonstrado na Assembleia Constituinte de 1946, quando Jorge Amado, então deputado pelo PCB, propôs a lei que garante esse direito no Brasil. Iniciativas como a do Conic-Rio devem ser apoiadas e incentivadas, para que essa onda de intolerância seja superada, assim como o inimigo central da classe trabalhadora: o capitalismo.