Graciliano Ramos e o PCB

Há 73 anos atrás Graciliano Ramos se filiava ao Partido Comunista Brasileiro, após uma conversa com Luiz Carlos Prestes em um voo a Belo Horizonte. O episódio é narrado na biografia do escritor, “O velho Graça”, de Dênis de Moraes:

“Como era inevitável, a política entrou em pauta, e, assim que pôde, Prestes perguntou à queima-roupa:

– Graciliano, por que você ainda não é membro do partido?

– O que é que eu posso fazer no partido, Prestes? Eu não sei fazer outra coisa senão escrever. Não sei guerrear, porque minha arma é a pena.

Prestes respondeu:

– Você acha pouco? Pessoas como você, Portinari e Oscar Niemeyer são indispensáveis ao partido.

Ao retornar, Graciliano disse a Heloísa:

– Ló, eu fiquei tão espantado, porque nunca pensei que pudesse ter valia como militante.

Prestes abonou a ficha de filiação assinada por Graciliano na manhã de 18 de agosto de 1945.”

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Graciliano, nascido em 27 de outubro de 1892, foi um dos grandes escritores da literatura brasileira. Romancista, cronista e jornalista, retratou como ninguém os dramas da população trabalhadora brasileira.

Graciliano Ramos, ou apenas Graça, também possuiu uma forte atuação política, não apenas retratando a vida dos trabalhadores e suas dificuldades, como também engajado para modificar essa triste realidade. Em 1935 foi preso sob a acusação de ser colaborador do levante da ANL, Sua prisão é retratada na sua obra Memórias do Cárcere.

Graciliano Ramos foi membro do Partido Comunista Brasileiro – PCB até sua morte no ano 1953.

Dentre suas principais obras se destacam:

– Vidas Secas – romance, – Editora José Olympio, 1938;

– A Terra dos Meninos Pelados – contos infanto-juvenis – Editora Globo, 1939;

– Dois dedos – coletânea de contos – R.A. Editora, 1945;

– Infância – memórias – Editora José Olympio, 1945;

– Histórias Incompletas – coletânea de contos – Editora Globo, 1946;

– Insônia – contos – Editora José Olympio, 1947;

– Memórias do Cárcere – memórias – Editora José Olympio, 1953; (obra póstuma)

– Viagem – crônicas – Editora José Olympio, 1954; (obra póstuma)

– Linhas Tortas – crônicas – Editora Martins, 1962; (obra póstuma)