A Semana no Olhar Comunista – 0022

 


Pessoas vivendo em favelas quase dobrou em uma década

A notícia de que o Brasil tem 11,4 milhões de pessoas (6% da população) vivendo em favelas é estarrecedora: segundo dados do Censo 2010, trata-se de contingente superior a população de Portugal (10,7 milhões) e mais de três vezes o número de habitantes do Uruguai (3,3 milhões).

Além disso, em 2000 eram 6,5 milhões vivendo em favelas (3,9% dos brasileiros), o que demonstra a completa irresponsabilidade em política habitacional nos dois últimos anos do governo FH e em todo o período Lula. No Rio de Janeiro, a situação é a mais estarrecedora: 1 em cada 5 cariocas moram em favelas.

 


Mantega: mentiroso ou idiota?

Ao comentar estudo que aponta o Brasil como a sexta economia do mundo e dizer que os brasileiros podem demorar entre 10 e 20 anos para ter um padrão de vida semelhante ao europeu, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comportou-se como mentiroso ou idiota. Segundo ele, ao se manterem as taxas atuais por este período, “chegaríamos lá”. O ministro ó se esqueceu que, nesse período, os países europeus teriam que ter crescimento zero.

 


Emenda da Saúde estabelece valores mínimos para os recursos destinados à saúde

A chamada Emenda 29 – que estabelece os valores mínimos a serem aplicados pela União, Estados e Municípios na Saúde – foi aprovada no Senado, no início de dezembro. Os números do setor são alarmantes: o gasto público, no setor, é inferior ao conjunto dos gastos privados (responsáveis por 55% do total, cobrindo cerca de 30% da população). No entanto, como afirma Sérgio Cortes, o setor privado não faz transplantes, não realiza campanhas de vacinação, não faz vigilância sanitária. O Brasil gasta menos, por habitante, do que países como Argentina e Chile. Fica claro que a Saúde precisa de mais recursos, e que ela definitivamente não combina com interesses privados.

 


Dilma descarta reajustes aos servidores em 2012

A presidente Dilma Roussef, mesmo afirmando estar otimista em relação à crise internacional e que o país crescerá 5% em 2012, declarou que, o governo errou ao dar reajustes a algumas categorias de servidores públicos em 2011, para não evitar problemas com a estabilidade econômica.

Mais uma vez, o governo joga o custo da crise nos ombros dos trabalhadores, ao reservar uma parte significativa do orçamento para o pagamento de juros e ao apoiar empresas privadas em dificuldades. Muita mobilização dos funcionários públicos deverá vir por aí.

 


Vulcabrás fecha Fábrica e demite 3,3 mil trabalhadores

A empresa alegou que precisas reduzir custos para enfrentar as importações de calçados.

Este é mais um exemplo da situação criada com a mundialização da economia e a adesão do Brasil às regras de “livre comércio”, impostas pela OMC. Nada justifica o desemprego. É hora de mudar o rumo criado pelas políticas neoliberais e levantar barreiras contra as importações, é hora de fazer com que o desenvolvimento se volte para a maioria da população, é hora de adotar-se uma política econômica e social anticapitalista.

 


Deu no New York Times…

Reportagem do The New York Times afirma que, se o Brasil “lidera” a América do Sul em termos econômicos, fica bem atrás de seus vizinhos quando se trata de punir autoridades responsáveis por torturas e assassinatos. “O Brasil começou a encarar a possibilidade de que, no âmbito dos direitos humanos – diferentemente de assuntos econômicos e diplomáticos regionais -, o manto da liderança pode não vir tão facilmente, no fim das contas”, afirma o periódico, para complementar: “Fantasmas do período militar, de 1964 a 1985, começaram a se mexer, revelando como o Brasil, embora uma potência emergente da América Latina e a quarta maior democracia do mundo, ainda fica atrás de seus vizinhos no que diz respeito a processar autoridades por crimes que incluem assassinatos, desaparecimentos e tortura.”

A matéria afirma ainda que a Comissão da Verdade foi criticada tanto por militares quanto das famílias das vítimas, que consideram o projeto “simbólico”, pois os responsáveis por abusos continuam protegidos pela Lei da Anistia de 1979.

 


Militar quer impedir a Comissão da Verdade

O coronel reformado Pedro Ivo Moézia de Lima, integrante do Núcleo do Doi-Codi de São Paulo no início dos anos 70, entrou com uma ação popular na Justiça Federal para tentar impedir a criação da Comissão da Verdade, sancionada pela presidente Dilma em novembro. O militar alega que agiu “cumprindo ordens” e que participou de interrogatórios “duros”, mas que não “tocou a mão em ninguém”.

O Brasil é o único dentre os países latino-americanos que viveram sob ditaduras militares nos anos 60, 70 e 80 que não levaram os torturadores a julgamento. Houve mais de uma dezena de milhares de presos, torturados, mortos e desaparecidos entre os que se opuseram ao regime militar. Nenhum torturador foi condenado. Há que virar-se esta página da História, há que expor-se a verdade, para se faça justiça, para que os mortos possam, enfim, descansar em paz e para que os culpados paguem pelo que fizeram.

 


Viúva de Moshe Dayan defende Estado único

Aos 94 anos, Ruth Dayan, viúva do ex-ministro da Defesa de Israel que comandou as forças armadas israelenses na Guerra dos Seis Dias, em 1967, afirmou, em entrevista a O Globo (18/12), que há muito descontentamento, em Israel, em relação à política de defesa desse país contra o muro da Cisjordânia e o alto custo de vida no país, e que deveria ser construído um único Estado para árabes e judeus. Ruth ainda deixou claro que, para ela, o atual primeiro-ministro não é sincero quando defende a criação de um Estado palestino e que Israel – para ela, “uma vírgula no mapa-múndi” – se comporta como um império, e que o governo israelense “não vê um palmo diante do nariz”.

Seu depoimento é um alento, um sinal de que o inimigo a ser enfrentado é a política genocida e brutal de Israel, e de que há, entre os israelenses, muitos que desejam a paz e a justiça.

 


É a economia, estúpido

Matéria de O Globo informa que o agravamento da situação econômica e a forte perda de poder aquisitivo tem levado um número crescente de trabalhadores que compõem a chamada “nova classe média” para as ruas na Rússia.

Um indicador relevante é o preço do ingresso para o teatro Bolshoi que, na época da União Soviética, custava 40 centavos de rublo (o mais barato), e 3,50 rublos (o mais caro), que hoje custam de 50 a 12 mil rublos. A saúde, que antes era gratuita, é outro alvo dos protestos, assim como a previdência, de acordo com institutos de pesquisa de opinião. A falta de liberdade de expressão e o alto grau de corrupção na Rússia de hoje também preocupam as camadas médias.

Esta notícia confirma a pesquisa divulgada pela revista norte-americana Time, no primeiro semestre de 2011, e muitos outros levantamentos, de que a maioria da população dos países que compunham o bloco socialista considera a sua condição de vida hoje muito inferior à que tinham antes da queda da URSS.

 


Retirada de tropas dos EUA: “patrões” preocupados…

Os “patrões” da invasão e permanência de tropas dos EUA no Iraque estão preocupados: as petrolíferas ativas no sul daquele país têm reforçado a segurança para lidar com a retirada dos soldados. “Temos de esperar para ver . Se a situação da segurança se deteriorar, significa que vamos contratar mais pessoal de segurança para nos proteger”, afirmou um executivo de uma grande petrolífera.

Executivos da BP, da Royal Dutch Shell, da Exxon Mobil, da Eni e da Lukoil já haviam abandonado Basra, no final de novembro, depois de bombas explodirem na cidade. Por sua vez, o governo títere iraquiano tenta tranquilizar seus “chefes”. O premiê Nouri al-Maliki já prometeu proteger as petrolíferas após a retirada das forças americanas e afirmou ao The Wall Street Journal: “Não aconteceu nada até agora, e estamos garantindo a segurança delas, seja através de empresas de segurança ou destacando polícia e Exército para as proteger”.

 


SOS Europa?

Após 26 países da União Europeia (UE) concordarem em adotar uma política fiscal unificada, o temor de um colapso financeiro persiste. As medidas, cada vez mais nocivas aos trabalhadores, continuam encontrando resistência. Na Itália, servidores públicos planejaram greve geral em protesto contra os cortes.

Ao mesmo tempo, as agências de rating, que vem funcionando como exército de pressão sobre os países em benefício do sistema financeiro, continuam rebaixando notas de dívidas soberanas: a Standard & Poor’s rebaixou a nota de dez bancos espanhóis, ao aplicar um novo critério de qualificação, e a Fitch cortou a nota de crédito de alguns dos maiores bancos do mundo, citando difíceis condições financeiras e econômicas. Entre os atingidos, estão Deutsche Bank (Alemanha), BNP Paribas (França), Crédit Suisse (Suíça), Barclays (Grã-Bretanha), Citigroup, Bank of America e Goldman Sachs (os três dos EUA). A própria França parece estar na iminência de perder a nota máxima “AAA” de sua dívida, concedido pela Standard & Poor’s.

 


Papai Marketing e a revolução no Reveillón

A imagem do Papai Noel divulgada pelos quatro cantos do mundo foi criada pelo cartunista alemão Thomas Nast, em 1886, para a revista Harper’s Weeklys. Até então representado com roupas de inverno na cor verde (com detalhes prateados ou brancos), esta imagem foi retomada em 1931 pela Coca-Cola, em campanha publicitária que pretendia promover o consumo de seu produto no inverno norte-americano. Nessa virada de ano, entretanto, queremos relembrar outra campanha, a dos revolucionários cubanos, que tomaram o poder na querida ilha caribenha em um 1º de janeiro.