Ocupação Marighella conquista terreno para moradia popular
A Ocupação Carlos Marighella realizou, na última quarta-feira (2), uma ocupação na sede do diretório estadual do PDT em Fortaleza, como forma de protesto pedindo a realização de audiência com o atual prefeito, Roberto Cláudio, e o futuro prefeito, José Sarto, ambos do PDT.
As 85 famílias estão ocupando desde junho um terreno no bairro Mondubim, periferia da capital cearense. A empresa AKASA/DIRECIONAL afirma ser dona do terreno, mas, segundo moradores do entorno, o espaço está há mais de trinta anos sem função social, como um terreno baldio.
A ocupação da sede do PDT foi uma iniciativa das famílias, decidida em assembleia, para chamar a atenção da prefeitura sobre a situação, visto que há meses em diálogo com a secretaria de habitação do município, a Habitafor, tem sido negada a proposta de construção de moradias populares através da doação de terreno público. A Habitafor, ao invés de escutar a demanda, insistia apenas no aluguel social, medida paliativa contestada pela Ocupação.
Diante da repercurssão da manifestação, a audiência foi realizada no dia seguinte, com a presença do prefeito Roberto Cláudio e de representação do futuro prefeito José Sarto, com a mediação da Defensoria Pública e do mandato do deputado estadual Renato Roseno (PSOL). Ao final, foi acordado o encaminhamento para a Câmara Municipal de transferência de terreno público para a construção das moradias populares, além de aluguel social facultativo às famílias interessadas, enquanto o projeto estiver em andamento.
Entretanto, a luta da Ocupação Carlos Marighella ainda não acabou. A ordem de despejo continua mantida para o próximo dia 11 de dezembro. As famílias e diversos movimentos apoiadores da Ocupação agora mobilizam o apelo ao poder judiciário para adiar a ordem de despejo, visto que a conquista do terreno é uma situação concreta que impede tamanha ação contra o povo, em plena pandemia.
Em defesa da moradia popular!