Biden na presidência, capitalistas no poder

imagemReprodução: The Boston Globe

O MOMENTO – PCB DA BAHIA

Biden na presidência, capitalistas no poder

Declaração do Partido pelo Socialismo e Libertação – EUA

Assim como acontece a cada quatro anos desde 1789, um defensor declarado da riqueza e do poder da elite dominante foi juramentado no cargo de Presidente da República dos Estados Unidos. Enquanto uma grande maioria está, compreensivelmente, aliviada com a saída de Donald Trump da Casa Branca, a posse de Joe Biden por si só não fará nada para remediar a urgente crise enfrentada pela classe trabalhadora, e não fará nada para controlar o papel destrutivo da máquina de guerra estadunidense no exterior.
Tendo passado a maior parte da sua vida adulta integrando a elite política, Biden acumulou um histórico explícito como um representante reacionário a serviço do Wall Street e do Pentágono. Biden lançou sua carreira como um opositor da “integração escolar”, e empregou uma retórica extremamente racista enquanto favorecia as leis que formaram a estrutura do sistema de encarceramento em massa dos EUA. Ele ajudou a desregulamentar o sistema financeiro, principalmente quando votou pela revogação da Lei Glass-Steagall em 1999 (lei estadunidense que limitava os títulos emitidos por bancos comerciais, bem como as atividades e afiliações de bancos comerciais e financeiros), e aprovou em 2005 a Lei de Corrupção Bancária.* Joe Biden foi um servo obediente do imperialismo norte-americano no Senado e enquanto vice-presidente de Obama. Ele votou a favor da invasão do Iraque em 2003, e até chegou a propor a partição (divisão) do país a moldes coloniais, como uma forma de destruir a resistência iraquiana à ocupação dos EUA.

Em seu discurso, Biden enfatizou a necessidade de uma unidade nacional, de uma reconciliação e do “Bipartidarismo” – uma cooperação entre os partidos Democrata e Republicano. Com o Partido Republicano desorganizado após o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, alguns elementos podem incliná-los a aceitar Biden em sua oferta de cooperação. E eles aceitam sabendo muito bem que, historicamente, a cooperação entre os partidos sempre significou a adaptação dos liberais ao programa da extrema-direita, não o contrário. O Partido Democrata controla a Presidência e as duas Casas do Congresso; a única razão para que eles busquem por uma “cooperação” nesse momento é se preferirem o programa da direita ao invés do programa da esquerda.

Mas a política é dinâmica, e a intervenção das massas populares pode fazer toda a diferença. A luta de classes tem o poder de forçar até o político mais reacionário a oferecer concessões. Biden sabe disso, e tudo indica que seus primeiros atos no cargo serão pensados para silenciar uma oposição à esquerda.

Para que essa luta seja efetiva, é necessário que seja independente do Partido Democrata, e que se desenvolva por si só um horizonte socialista. Sob Biden, ficará cada vez mais claro que os terríveis problemas que o mundo tem lidado estão intrínsecos ao próprio sistema capitalista, não a um político individualmente. Fica claro que a revolução e a completa reorganização da sociedade é a única saída para as múltiplas e intensas crises do capitalismo. O Partido para o Socialismo e a Libertação redobra seus esforços nesse sentido.

Texto original em : https://www.liberationnews.org/psl-statement-biden-in-office-capitalists-in-power/

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