Fortalecendo a unidade na construção do socialismo

Foto: Tirada do site do Partido Comunista Cubano

A 22ª Reunião Internacional dos Partidos Comunistas e Operários concluiu com uma Declaração Final

Autor: Granma | internet@granma.cu

Ao final de dois dias de amplos debates, a fim de alcançar maior unidade na luta por uma nova ordem internacional na qual não há lugar para o imperialismo e a exploração que este impôs, o 22º Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários (EIPCO) concluiu em Havana com uma Declaração Final que deixou patente o seguinte:

01. Os 145 representantes de 78 partidos comunistas e operários de 60 países, presentes nesta reunião, advertem sobre a situação perigosa em que a humanidade se encontra.

02. A atual predominância do imperialismo impõe uma ordem internacional injusta e insustentável, intensifica a exploração e piora as condições da classe trabalhadora e dos povos, gera crescentes conflitos, antagonismos e guerras, e dificulta a solução de problemas globais, como a pandemia da Covid-19, que os países socialistas, historicamente, e Cuba hoje, em particular, com seu sistema de saúde pública e desenvolvimento científico, têm enfrentado com eficácia, o que demonstra a superioridade do socialismo.Nós comunistas defendemos uma nova ordem mundial, baseada na abolição da exploração do homem pelo homem, relações mutuamente benéficas entre Estados e povos, paz, desenvolvimento sustentável para a satisfação das necessidades sociais, justiça social e solidariedade.

03. Como consequência da crescente agressividade do imperialismo e da recomposição geopolítica em curso, enfrentamos uma nova espiral da corrida armamentista, o fortalecimento e expansão da OTAN, o surgimento de novas alianças militares, o agravamento de tensões e conflitos militares, como o da Ucrânia, o ressurgimento do fascismo em várias partes do mundo e a «guerra fria» e a ameaça de uma conflagração nuclear, que devemos rejeitar.

04. Denunciamos que a natureza predatória do capitalismo leva ao aumento da desigualdade, polarização da riqueza, exclusão e fluxos migratórios; ao aprofundamento da crise alimentar, e ao agravamento da crise ecológica, enquanto nos aproximamos rapidamente de um ponto de «não retorno».

05. O sistema político burguês, que defende os interesses dos monopólios e das corporações, administra a crise sistêmica do capitalismo em seu próprio benefício, tenta controlar, através de pressão e violência, o crescente descontentamento social dos trabalhadores e dos povos.

06. O declínio gradual do poder dos EUA e seus aliados reforçou o uso indiscriminado de políticas de bloqueios e medidas coercitivas ilegais, de «dois pesos e duas medidas», de ameaças e intervenções militares e de interferência nos assuntos internos dos Estados. O imperialismo implanta um vasto arsenal de ações subversivas no âmbito da guerra não convencional, entre as quais se destacam as de natureza midiática, como ferramentas para desestabilizar e mudar governos que não se curvam a seus interesses.

07. A batalha da classe trabalhadora mundial contra o sistema capitalista de exploração exige, em primeiro lugar, a unidade do Movimento Comunista e Operário, juntamente com os movimentos sociais e populares, camponeses e indígenas, para fortalecer a luta de classes contra os planos burgueses e imperialistas e para a construção de um mundo de paz, justiça e equidade social.

Diante das tentativas do imperialismo de conter a luta dos trabalhadores e dos povos e de minar a unidade e a solidariedade das forças antiimperialistas e revolucionárias, os participantes do Encontro, concordam:

  • Fortalecer a luta contra o imperialismo, contribuir para transformar a atual ordem internacional injusta e antidemocrática na qual prevalecem os interesses capitalistas, por uma ordem internacional baseada na paz, no desenvolvimento sustentável, na justiça social e na solidariedade, a fim de preparar o caminho para a construção da sociedade socialista.
  • Exigir respeito pelos princípios de autodeterminação dos povos, independência, igualdade soberana e não interferência nos assuntos internos dos Estados, bem como pelo direito legítimo dos povos à paz e à escolha de seu próprio caminho de desenvolvimento.
  • Rejeitar as guerras imperialistas, a ameaça e o uso da força nas relações internacionais, e promover a luta pela paz. Intensificar a ação internacionalista e a solidariedade na defesa dos interesses comuns dos povos contra as classes burguesas.
  • Mobilizar as massas para denunciar e rejeitar a corrida armamentista e os enormes cortes nas despesas sociais que ela provoca, a existência e modernização de armas nucleares, bases militares estrangeiras; contra a OTAN e seu projeto de expansão e se tornar uma organização militar global.
  • Lutar contra o ressurgimento de forças anticomunistas, reacionárias, ultra-nacionalistas e fascistas, que intensificam a violência, a xenofobia, o racismo e a intolerância política, ideológica, social, étnica, religiosa e de gênero, e promover conflitos etno-nacionais.
  • Fortalecer a solidariedade com os povos que resistem à interferência e agressão imperialista, e rejeitar as políticas de bloqueios, sanções, medidas coercitivas unilaterais e padrões duplos, como instrumentos de pressão e chantagem contra governos e povos.
  • Defender e divulgar o marxismo-leninismo, enfrentar a ofensiva ideológica, cultural e simbólica do imperialismo, que tenta legitimar as injustiças do sistema capitalista, desqualificar o socialismo e o comunismo, e corroer ou destruir a identidade cultural de nossas nações.
  • Redobrar a luta pelas causas justas e emancipatórias dos povos e aumentar a solidariedade com os trabalhadores, camponeses, indígenas, jovens e organizações de mulheres, em defesa de seus direitos e contra o capitalismo. Ficar ao lado dos refugiados e vítimas das guerras.
  • Denunciar e lutar contra o modelo de desenvolvimento baseado no lucro capitalista que destrói o meio ambiente e põe em perigo a sobrevivência dos ecossistemas e da espécie humana.
  • Cumprir o Plano de Ação aprovado no Encontro, para fortalecer a unidade do Movimento Comunista Internacional e Operário, junto com os movimentos sociais e populares contra a dominação imperialista, com o objetivo de intensificar a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores e dos povos, por transformações revolucionárias para a derrubada do capitalismo e a construção do socialismo.

Com o esforço articulado da vanguarda da classe trabalhadora, juntamente com as organizações, forças e movimentos sociais e populares, democráticos e pela emancipação dos direitos da mulher, poderemos derrotar o capitalismo como sistema mundial dominante, destrutivo e sem futuro, e alcançar uma verdadeira transformação revolucionária.

Agradecemos ao Partido Comunista de Cuba, seu governo revolucionário e seu povo por sua contribuição para a organização da reunião.

Reafirmamos nossa solidariedade e apoio à justa causa do povo cubano e sua luta pelo levantamento do injusto, criminoso e intensificado bloqueio econômico, comercial e financeiro ao qual têm sido submetidos, e exigimos que o governo dos Estados Unidos retire Cuba da espúria lista de países patrocinadores do terrorismo.

Prestamos homenagem ao legado do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz, que junto com os ensinamentos do general-de-exército Raúl Castro Ruz e da geração que o seguiu, liderada pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, constituem uma inspiração permanente para a luta dos povos por sua verdadeira e definitiva emancipação, no caminho da construção de uma sociedade socialista, independente e solidária.

 

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