Irlanda: Não a Biden! Não à OTAN!

Manifestantes antiguerra na prefeitura de Belfast horas antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Foto de Hugh Russel

Declaração do Partido dos Trabalhadores da Irlanda sobre a presença do presidente dos Estados Unidos na Irlanda

Esta semana o presidente dos EUA, Biden, está na Irlanda, supostamente para marcar o 25º aniversário do Acordo de Belfast/Sexta-Feira Santa. Isso é um pretexto. Ele passará muito pouco tempo na Irlanda do Norte, onde terá um breve compromisso.

O verdadeiro propósito de sua visita é garantir um voto irlandês-americano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e dar as mãos a um governo irlandês servil e a uma mídia irlandesa bajuladora em uma tentativa de aproximar o estado irlandês da política externa dos Estados Unidos e da OTAN.

Os EUA, que Biden representa, são culpados de belicismo, exploração e terror. Eles reforçam o poder dos monopólios. Os EUA têm pelo menos três vezes mais bases no exterior do que todos os outros países juntos e têm usado essas bases para lançar guerras e outras operações de combate contra estados soberanos. Usam o aeroporto de Shannon para promover a intervenção estrangeira e a guerra.

O bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba é o bloqueio mais duradouro da história e custou à economia cubana muitos bilhões de dólares. Todos os anos, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprova de forma esmagadora uma resolução condenando o bloqueio, tudo ignorado pelos EUA. Apesar da opinião mundial, o bloqueio econômico, comercial e financeiro aplicado pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba se mantém e continua tendo profundas repercussões na economia cubana. O bloqueio é deliberadamente projetado para limitar o direito de Cuba de seguir seu próprio caminho de desenvolvimento. Biden continua a impor este bloqueio cruel e criminoso e recusou-se escandalosamente a retirar Cuba da lista dos EUA de estados patrocinadores do terrorismo.

Biden segue apoiando o regime israelense do apartheid, apesar do fato de que milhões de pessoas em todo o mundo estão chocadas e indignadas com os brutais atentados terroristas, a limpeza étnica e a violência comunitária sendo perpetrada por Israel contra o povo palestino. Esses crimes são cometidos com armamento e financiamento estadunidenses. A administração Biden aprovou a venda de $ 735 milhões em bombas “inteligentes” JDAM e SDB para Israel – as munições que choveram sobre a população de Gaza. Os Estados Unidos usaram seu poder de veto muitas vezes para proteger Israel de resoluções que censuram sua conduta no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O histórico de Biden na Somália, Venezuela, Cuba, Palestina, o apoio a ditadores e autocratas no Oriente Médio e em outras regiões que servem aos interesses dos EUA, seu apoio à expansão da OTAN e da máquina de guerra dos EUA, o aumento da rivalidade e das tensões interimperialistas e sua defesa contínua da intervenção imperialista e da guerra demonstram seu longo histórico de apoio à crua agressão dos EUA.

Mais de um ano se passou desde o início do conflito imperialista na Ucrânia. A competição entre potências concorrentes produziu uma guerra cruel e perigosa onde a classe trabalhadora (ucraniana e russa) está sofrendo as consequências. A guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, e as ações e provocações ávidas e agressivas dos Estados Unidos e da União Europeia servem apenas para prolongar e aumentar o sofrimento do povo russo e ucraniano. A publicação de documentos nos últimos dias comprova a presença de forças dos EUA e da OTAN no território da Ucrânia.

O mundo enfrenta um sério perigo de um confronto militar mais generalizado, dado o clamor por medidas coercitivas, intervenção e guerra da UE, da OTAN e dos EUA. Na África, o AFRICOM, em colaboração com a União Europeia, busca aumentar e desenvolver o poder militar dos EUA para controlar terras, recursos e mão de obra a serviço dos monopólios. Biden e seu governo são fundamentais para tais processos.

Numa época em que o mundo está à beira de mudanças climáticas desastrosas e irreversíveis, o governo de Biden aprovou mais de 2.100 licenças de perfuração em terras públicas e nativas norte-americanas desde que ele assumiu o cargo. O Departamento de Justiça dos EUA, sob Biden, ainda está tentando promover a extradição de Julian Assange, atacando as legítimas finalidades das atividades da imprensa.

O Partido dos Trabalhadores da Irlanda se opõe à visita de Biden e participa ativamente dos protestos contra ele. O caminho a seguir na luta pela paz global e contra a guerra e a barbárie imperialista é a solidariedade internacional, a unidade da classe trabalhadora e a luta pelo socialismo.

Trabalhadores de todos os países, uni-vos!

Ted Tynan, presidente
Gerry Grainger, Secretário Internacional Comitê Executivo Central
Partido dos Trabalhadores da Irlanda

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Fonte:
http://www.solidnet.org/article/WP-of-Ireland-Statement-of-the-Workers-Party-of-Ireland-on-the-presence-of-the-US-President-in-Ireland.-No-to-Biden-No-to-NATO/

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