Díaz-Canel: “seguiremos vencendo!”

Miguel Díaz-Canel Bermúdez, Presidente de la República de Cuba Foto: José Manuel Correa

Liz Conde Sánchez y Susana Antón Rodriguez | Granma

Em seu primeiro discurso após a reeleição como Presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez felicitou o povo cubano no dia da Vitória

Ao iniciar suas palavras, o Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República – ratificado nesta Assembleia -, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, felicitou os camaradas que ocupam a direção do Parlamento, do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros.

“Parabéns a todos pelo Dia da Vitória”, disse. Em 19 de abril de 1961, nas areias de Playa Girón, Cuba conquistou o direito de celebrar este dia ao decretar a primeira grande derrota ao imperialismo na América, dizendo que se trata do triunfo da justiça sobre a injustiça, do pequeno Davi contra a o gigante Golias, de uma revolução socialista debaixo do nariz de um império, como afirmou Fidel no prelúdio da invasão.

Esta vitória é tão ética, disse ele, que 62 anos depois, os derrotados não conseguiram nos perdoar, e é graças a essa vitória que hoje instalamos, pela décima vez, a assembleia popular. Acrescentou que os deputados recém-empossados estão aí para defender os interesses da maioria e nós não vamos cobrar mais ou receber sinecuras por atuar como deputado, como acontece em tantos países que se gabam de modelos democráticos e multipartidários.

“Cuba defende o partido único, garantia de unidade desde que José Martí fundou o Partido Revolucionário Cubano, porque é a raiz da nossa história e porque não há como confrontar as forças de uma pequena nação que há 200 anos foi declarada apêndice para ser anexada ao poderoso vizinho”. Díaz-Canel lembrou que, em poucos dias, em 28 de abril, fará dois séculos que a teoria da Fruta Madura foi definida para Cuba.

Assinalou que, desde aquele anúncio até a promulgação da Doutrina Monroe, transcorreram meses, mas desde então e até hoje, a política do vizinho poderoso tem sido uma só, ainda que se alternem dois partidos do poder. Comentou que o vizinho poderoso continua generoso com os “empréstimos” para destruir a Revolução e cada ano destina dezenas de milhões de dólares para aqueles que se oferecem para subverter a ordem interna de Cuba, de modo presencial ou pela internet.

Ele garantiu que nem um único dia nestes anos deixamos de sentir os golpes dessa guerra não declarada contra a economia e a sociedade, contra o cotidiano e os sonhos de progresso de toda uma nação. Assim como nos lembramos de Girón, acrescentou, sempre nos lembraremos da crueldade do bloqueio reforçado em condições de pandemia e da famigerada inclusão de Cuba em uma lista de supostos patrocinadores do terrorismo para bloquear todas as vias financeiras.

“O povo está saindo vitorioso de todas essas batalhas e não tenho dúvidas de que, como em Girón, continuaremos vencendo”, disse ele. O chefe de Estado ressaltou que Cuba mantém intacta sua linha de princípios e sua disposição ao diálogo, mas sem pressões nem condicionamentos. Díaz-Canel acrescentou que um dia, mais cedo ou mais tarde, Cuba poderá provar até onde uma nação de gente jovem, criativa e talentosa pode ir em busca de objetivos claros se estiver livre de pressões e bloqueios.

Agora, convocou, concentremo-nos sobre o que temos de fazer e o que podemos fazer, mesmo com as mãos e os pés atados. Ele destacou que, para pensar e trabalhar juntos, indo além daquelas condições que não podemos mudar, todos devem se unir em torno desta Décima Legislatura. “Todos agora teremos menos tempo para nossas famílias e carreiras, menos horas de descanso. Só nos esperam maiores responsabilidades e um alto dever: sentir o povo de Cuba sempre conectado com sua gente e com suas necessidades”, disse.

Considerou que a nova legislatura deverá priorizar o contacto permanente com os bairros, as comunidades, com os que nos elegeram, conscientes de que não podemos fazer milagres, mas podemos transformar a desafiante realidade de Cuba se logramos criar a sinergia indispensável entre os esforços individuais e coletivos, entre os bairros, os municípios e as províncias.

NESTA ASSEMBLEIA ESTÁ O POVO CUBANO

O presidente cubano destacou a presença na plenária de convidados especiais, como os socorristas da explosão do Hotel Saratoga e do incêndio na base dos Superpetroleiros Matanzas, os criadores das vacinas e dos medicamentos que nos salvaram da COVID-19, os inovadores e pesquisadores que participaram da invenção de ventiladores pulmonares, próteses de quadril e peças para usinas elétricas, além de realçar a presença de estudantes e trabalhadores que serviram na zona vermelha, pessoas que ajudaram a reconstruir Pinar del Río após o devastador furacão Ian, juristas que nos aproximaram da compreensão do Código da Família, líderes de projetos comunitários, delegados de base com papel de destaque, entre outros que, segundo palavras do Presidente, não puderam estar presentes, pois não caberiam no auditório. “Por esta razão, nesta Assembleia se faz presente o povo de Cuba”, asseverou.

Referindo-se à situação que o país vive, afirmou que nenhuma solução de inteligência artificial poderia resumir a façanha do povo cubano nos últimos anos. “Cuba é um sentimento e uma força capaz de enfrentar e vencer os piores vendavais.” No futuro imediato, sublinhou, a principal missão deve centrar-se na produção alimentar, na utilização das capacidades produtivas, no aumento das receitas em divisas, nas transformações exigidas pela empresa estatal socialista, na eficiência do processo de investimento, na complementaridade dos atores econômicos e sua participação no desenvolvimento social. Tudo isto, disse, para aumentar a oferta de bens e serviços e controlar a inflação, que constitui a principal prioridade de trabalho na batalha econômica.

Assinalou que, com a intensificação do bloqueio, a crise mundial e as nossas incapacidades, a situação econômica e social do país tornou-se mais complexa, “mas se revermos a dinâmica dos últimos cinco anos, verificaremos que, mesmo nas piores circunstâncias e sofrendo as pressões mais criminosas, nos tornamos um dos poucos países que se salvou da pandemia, com seus próprios esforços.

Ele lembrou que, nos últimos seis meses, três processos eleitorais de participação popular foram realizados no país, em meio a difíceis condições de crise e sob o ataque de uma campanha midiática patrocinada pelo inimigo. O verdadeiro inimigo da nação cubana, que aposta em uma revolta para tomar conta do país, viu em cada uma das votações recentes um momento chave nas possibilidades de atacar o governo e concentrou suas esperanças na possibilidade de alto índice de abstenção, alertou.

Os que previam alta abstenção, acrescentou, voltaram a ficar frustrados. “Essa participação de 75,8% não teria acontecido sem a confiança do povo na Revolução, e essa confiança se expressa na participação”, enfatizou. “Não podemos decepcionar essa confiança. Temos todos de nos empenhar mais», disse, exortando os deputados a trabalhar em todo o país, a acompanhar as autoridades locais, a ouvir o povo e a levar às instâncias superiores os problemas que se sobrepõem às possibilidades do povo, para conquistar avanços cotidianos nas soluções.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Fonte: https://www.pcc.cu/noticias/diaz-canel-como-en-giron-seguiremos-venciendo