Paraguai sob tentativa de golpe

A Câmara de Deputados do Paraguai abriu processo de impeachment contra o presidente Fernando Lugo por “mau desempenho de suas funções”, e nesta quinta o Senado iniciou sessão extraordinária para analisar o caso.

O Pátria Querida, partido com quatro senadores e que faz parte do bloco majoritário no Senado, defende que o julgamento seja feito nesta sexta-feira, ao meio-dia, “para evitar que os carperos – camponeses que apoiam Lugo – cheguem a Assunção. Trata-se do mais escancarado argumento até o momento já usado pelos golpistas.

Em cadeia nacional, Lugo afirmou que a vontade pública está sendo alvo de um ataque “de setores que sempre se opuseram à mudança” e que não irá renunciar. Já o secretário-geral da Presidência, Miguel López, afirmou que “não há nem renúncia, nem asilo, nem nada deste tipo”.

Em mais um indício do movimento golpista, o “Partido Liberal Autêntico do Paraguai” se retirou da base do governo e instruiu seus quatro ministros que integram o governo a renunciar. Antes destes, já haviam renunciado os titulares da Agricultura, da Indústria e Comércio e da Justiça, além do presidente do Instituto Nacional de Cemento (INC) e do secretário de Esportes.

Este Olhar acredita que ao entregar grandes partes de seu governo à burguesia, Lugo criou a serpente que no momento quer lhe morder. Que sirva de lição para movimentos sociais e postulantes “progressistas”.