Venezuela: PCV lançará candidatura presidencial
PCV convoca segunda fase da 16ª Conferência Nacional para escolher candidatura presidencial
Tribuna Popular – Partido Comunista da Venezuela
O VIII Pleno do Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV), realizado em 10 de março passado, decidiu convocar a segunda fase da 16ª Conferência Nacional do PCV com o objetivo de definir a política eleitoral e a candidatura presidencial que as e os comunistas apresentarão às forças do campo popular e revolucionário.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira, dia 11, pelo dirigente Yul Jabour, durante uma roda de imprensa em que precisou que esta instância de direção da militância comunista venezuelana ocorrerá no próximo domingo, 17 de março.
Diante da apresentação do calendário oficial para as eleições presidenciais, “o VIII Pleno do Comitê Central avaliou as distintas possibilidades de participação, assim como as propostas nas quais se vêm trabalhando junto a outros setores do campo popular, dando prosseguimento à nossa política de reagrupamento de forças genuinamente democráticas, anti-imperialistas e revolucionárias”, explicou o integrante do Birô Político do PCV.
Jabour recordou que a primeira fase desta 16ª Conferência Nacional se realizou em outubro de 2023. Naquele momento, as e os delegados “resolveram deixar aberta a possibilidade de uma convocatória para uma segunda fase, assim que fossem divulgados a data e o calendário eleitoral, para discutir a política eleitoral e as candidaturas às eleições presidenciais”.
“Esta tem sido historicamente a prática do Partido Comunista da Venezuela. Assim o fizemos no ano de 2018, quando a 14ª Conferência Nacional propôs um acordo unitário entre o Partido Comunista da Venezuela e o candidato do Partido Socialista Unido de Venezuela, o presidente Nicolás Maduro Moros”, detalhou.
O dirigente relembrou que esse acordo estava orientado a buscar “uma saída revolucionária para a crise que atravessa o país”, centrando-se em aspectos como o desenvolvimento produtivo soberano e a recuperação do salário das e dos trabalhadores.
Porém, afirmou Jabour, “após a assinatura do acordo, em 26 de fevereiro de 2018, “não foi possível estabelecer comissões que pudessem revisá-lo, dar seguimento ou avaliar sua implementação”.
Hoje, seis anos depois, entendemos a que correspondia essa atitude: tudo indica que havia uma decisão em curso de uma virada rumo a políticas comprometidas com o grande capital e não com os trabalhadores e trabalhadoras; não com o povo venezuelano”, acrescentou.
O porta-voz do Gallo Rojo advertiu que os operadores políticos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) a quem o Tribunal Superior de Justiça entregou a personalidade jurídica do PCV tratam de confundir a população sobre um falso apoio das e dos comunistas à reeleição de Nicolás Maduro.
“Por aí já saíram os mercenários euforicamente a dizer que eles já teriam candidato. Para isso foram colocados ali pelo Tribunal Superior de Justiça: para cumprir esse papel servil e para tentar roubar da esquerda venezuelana uma verdadeira proposta eleitoral de carácter popular, democrática, anti-imperialista e revolucionária”, apontou.
Calendário eleitoral restritivo
O Birô Político do Comitê Central do PCV também avaliou criticamente o calendário eleitoral apresentado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e o classificou como um instrumento “restritivo e limitativo”.
“Praticamente anula as possibilidades de que organizações e grupos de eleitores apresentem candidaturas autônomas e independentes”, disse Jabour.
O dirigente detalhou que as datas estabelecidas no calendário para apresentar grupos de eleitores ou candidaturas por iniciativa própria dificultam a participação política de setores que não estão alinhados com o pacto entre o Governo de Nicolás Maduro e correntes da oposição de direita.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)