A geração dos nem-nem
Na parcela mais pobre da população (renda de até R$ 77,75 per capita), 46,2% não trabalham e não vão à Escola. Paradoxalmente, conforme a mesma matéria, o Brasil tem taxas baixas de desemprego e até falta de mão de obra qualificada em várias áreas da economia.
A matéria do jornal traz muitas explicações, como a falta de perspectivas profissionais, a concorrência com a criminalidade, a gravidez precoce. Mas a razão de fundo é a natureza da formação social brasileira, extremamente concentradora de renda, que reflete o capitalismo em geral e a forma com que este sistema opera no Brasil, precisando de poucos quadros técnicos de alta qualificação e de muitos trabalhadores desqualificados, onde a Educação – defendida como prioridade absoluta por praticamente todas as correntes políticas – recebe menos da décima parte do que o governo gasta com o pagamento de juros da dívida pública. A Educação deve ser direito de todos pública gratuita, de alta qualidade, e dever do estado. Emprego e boas condições de vida também. Mas o governo e as “elites” que representa não estão nem aí….