Uma perda para as elites e o conservadorismo



Faleceu na manhã dessa segunda a “Dama de Ferro”, representante indelével dos interesses da alta burguesia e do conservadorismo no mundo. Ao lado do ex-presidente dos EUA Ronald Reagan, Tatcher colaborou para a transformação do mundo – para pior, bem pior para sermos precisos – nas últimas duas décadas do século XX.

Sua trajetória política, como a de Reagan, João Paulo II, Augusto Pinochet e outros “aliados”, foi marcadamente e deslavadamente anticomunista e antipopular, tendo sido responsável pela piora da qualidade de vida de milhões de trabalhadores britânicos ao adotar integralmente o ideário neoliberal e tudo que lhe diz respeito, como privatizações, retirada de direitos sociais, apoio irrestrito ao grande capital.

A falta de escrúpulos da senhora Tatcher a fez usar de uma guerra, a das Malvinas, para catapultá-la em sua segunda eleição. Antes disso, já havia mostrado grandes serviços à burguesia quando usou de todos os artifícios para tentar liquidar o sindicalismo em seu país, com perdas de direitos e aumento do desemprego.

Os estragos causados ao redor do mundo por tal política ainda são sentidos na pele pela quase totalidade das populações: Tatcher fez dos trabalhadores ratos de laboratório de Milton Friedman, seus Chicago Boys e o neoliberalismo por eles criado.

Se lhe rendem homenagens a elite econômica e o conservadorismo, permanecemos resolutos do outro lado da trincheira – e não disfarçamos o contentamento com a notícia.