A renúncia de Havelange e outras ‘jogadas’ feias
Tido por décadas como exemplo de brasileiro poderoso no mundo e que deu certo, pertencente imaginário de uma espécie de “nobreza” internacional, a renúncia ocorre após comprovação daquilo que muitos já sabiam: Havelange é só mais um corrupto, 171, como muitos que se aproximam do futebol às vésperas da Copa do Mundo de 2014 para fazerem grandes “negócios”. O anúncio de sua renuncia, aliás, ocorre em momento tristemente ímpar do esporte bretão em terras brasileiras: privatização do Maracanã, presença de um aliado da ditadura e ladrão de medalhas; José Maria Marin, na presidência da CBF; ultraexploração da imagem de Ronaldo “Fenômeno” para anestesiar qualquer crítica à realização dos jogos no Brasil (a custo sabe-se lá de quanto, já que ele adora dinheiro…) e outras mutretas.
Havelange segue o roteiro de outros corruptos contumazes, os ex-presidentes da CBF e da Conmebol, respectivamente Ricardo Teixeira e Nicolás Leoz, mas não nos deixemos enganar: ele receberá tratamento bem condescendente da principal rede de TV do país, que com ele partilhou rios de dinheiro em contratos de transmissão de jogos.
Ficam para o futuro, e essa hora há de chegar, o esclarecimento de outros escândalos como a entrega do Maracanã para a IMX de Eike Batista e o “presente” dado ao time do ex-presidente Lula, um estádio novo, a custa de dinheiro público e muitos contratos obtidos pela Odebrechet, uma das grandes doadoras eleitorais do PT.