TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO ACAMPAM EM FRENTE AO PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS

Mobilizados desde o mês de junho, os educadores reivindicam melhorias de condições de trabalho, pagamento do Piso Salarial Nacional e descongelamento da carreira dos profissionais

Desde a última sexta-feira (30), um grupo de professores da rede estadual de ensino estão acampados na entrada do Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia. A categoria denuncia o descaso do governo do Estado com a educação e a falta de investimentos na área.

Segundo a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), nos últimos dez anos R$ 8 bilhões deixaram de ser investidos na educação porque o governo não teria aplicado os 25% dos impostos recolhidos no setor, como determina a Constituição Federal.

Entre as denúncias apontadas estão a falta de quadras poliesportivas e laboratórios, salas de aula superlotadas, profissionais lecionando disciplinas diferentes da sua formação e professores adoecidos. Mais de 60 mil professores da rede estadual se afastaram das escolas em 2012 por problemas de saúde.

Além disso, os professores da rede estadual cobram o descongelamento das carreiras e pagamento do Piso Salarial Nacional, instituído desde 2008. Em inúmeras notas enviadas à imprensa, o Governo alega que os profissionais do Estado recebem remuneração superior ao Piso. Entretanto, os educadores denunciam que o valor pago em Minas inclui subsídios e não apenas a remuneração básica, como prevê a Lei nº 11.738/2008.

Considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011, a Lei do Piso nunca foi implantada em Minas e já motivou outras três greves da categoria. Este ano, os profissionais estão mobilizados desde o mês de junho e já realizaram algumas paralisações e reuniões com o governo, mas as negociações não avançaram. No próximo dia 23, um novo encontro entre representantes do Sind-UTE e das secretarias de Estado de Educação e de Planejamento e Gestão está previsto.

Outra questão questionada é a forma como o projeto que altera o currículo do Ensino Médio e inclui disciplinas voltadas para a empregabilidade foi construído, já que não houve discussão com a categoria.

“Esse programa foi criado à revelia dos sujeitos envolvidos. Há os que pensam e aqueles que estão sendo forçados a executá-lo. A lógica que se vê são pessoas completamente deslocadas do ambiente escolar, ou seja, das salas de aula, impondo processos fadados ao insucesso”, alertou o palestrante, Ramuth Pereira Marinho, militante da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Esse é o tenebroso quadro que envolve a educação pública nos mais de 10 anos de PSDB a frente do Governo. Absurdamente esse mesmo Governo, apoiado pelos meios de comunicação, vem propalando aos quatro ventos ser modelo de ensino público e de qualidade, quando na verdade promove o sucateamento do ensino com desrespeito contínuo a Lei do Piso e baixo investimento na infra-estrutura das escolas, comprometendo decisivamente a qualidade do ensino.

O PCB apoia a luta dos trabalhadores em educação de Minas por melhorias salariais e nas condições de trabalho, manifestando apoio a resistência combativa que essa categoria tem efetuado nos últimos anos contra as políticas de ataque a educação, que já proporcionou significativos prejuízos ao povo mineiro.

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