Leilão de Libra: entreguismo escancarado e futuro falacioso

A entrega das riquezas nacionais ao capital privado foi denunciada até mesmo pelo semanário alemão Der Spiegel, que afirma: “o Brasil leiloou um tesouro por uma pechincha”. O valor das reservas supera a casa do trilhão de reais, e vale lembrar que a própria Petrobrás é hoje, na prática, uma empresa privada, que distribui boa parte de seus lucros para seus acionistas.

É falaciosa a promessa de que a renda que virá para o governo brasileiro, na forma de taxação de lucros e de “royalties” irá resolver os problemas sociais do país. O primeiro indício de que esses recursos serão usados em outras finalidades é o anúncio de que os 15 bilhões de reais que serão pagos pelo Consórcio como “Bônus de Assinatura” serão destinados a recompor, imediatamente, o superávit primário. Os “royalties” foram criados para a compensação e a prevenção de danos ambientais.

É falacioso o argumento de que o estado não tem condições de investir, uma vez que boa parte dos investimentos realizados por empresas estrangeiras no Brasil são financiados pelo BNDES. A Petrobrás tem capacitação tecnológica suficiente para explorar o petróleo brasileiro sem depender de outras empresas.

Este leilão confirma a intenção do governo de levar o Brasil a uma integração subalterna ao capitalismo mundial, o que foi elogiado pelo Wall Street Journal, fiel representante do grande capital internacional: “o país deu um passo rumo ao patamar das grandes nações produtoras de petróleo”. No plano interno, a destinação anunciada para parte dos recursos a serem gerados a partir do início da produção do campo, prevista para a virada da década, para os setores de educação e saúde, é uma forma de oferecer um “cala-boca” aos que lutam por mais direitos e melhores condições de vida e trabalho para os trabalhadores brasileiros, sem mexer na estrutura do Orçamento brasileiro, que reserva cerca de 45% dos recursos para o pagamento de juros aos bancos privados.

A luta continua, rumo à revisão de privatizações feitas pelos últimos 5 governos, rumo à retomada das riquezas nacionais, rumo à sua aplicação para a promoção da igualdade e da justiça social.

Pela Petrobrás 100% estatal! A luta continua!