OS CRAQUES DAS ARMAS
Na Maré vivem mais de 130 mil pessoas em 15 comunidades, onde três grupos disputam o poder, com armas de guerra – metralhadoras, fuzis e lança-granadas.
Tráfico de drogas no Santo Amaro. Armas de guerra na Maré. Na notícia veiculada pela chamada grande imprensa, nenhuma menção quanto a dois assuntos para nós cruciais:
a) quem são os grandes fornecedores de drogas ilícitas para as comunidades de favelas do Rio de Janeiro?
b) quem são os grandes fornecedores de armas para as comunidades de favelas do Rio de Janeiro?
Enquanto a questão das drogas ilícitas continuar sendo tratada como um caso de polícia nas comunidades, continuaremos a ver a ação impune dos grandes traficantes que se abrigam nos condomínios fechados da Barra da Tijuca, ou nos apartamentos luxuosos de Ipanema e Leblon.
A intervenção do Estado se faz necessária no negócio das drogas, não somente no controle da produção e do consumo, como também numa política de saúde pública de tratamento da dependência química.
Quanto às armas, claro está que os cofres públicos se abrem para a manutenção de um aparato policial-militar, com verbas que poderiam estar sendo empregadas no controle da entrada dessas armas em território brasileiro, além de intervenção do Estado na fabricação dessas armas no Brasil.
Por conta disso tudo, o tráfico de armas de fora para dentro das comunidades se faz à vista de todo esse esquema de segurança, montado a partir do pretexto da Copa do Mundo.
Por último, nosso olhar se dirige para a questão concreta: a continuidade do sistema de segurança instalado no Rio de Janeiro atende à necessidade das classes dominantes em continuar a reprimir manifestações pacíficas de repúdio ao Estado mínimo, política iniciada no governo FHC, e que avançou nos governos Lula e Dilma. O resto é cortina de fumaça, para enganar a população de que quanto mais forças de segurança, mais paz.
Para nós, comunistas, e para a maioria da população do Rio de Janeiro, está acontecendo justamente o contrário: quanto mais “guerra às drogas”, mais violência no estado do Rio de Janeiro.
Paulo Oliveira