“Quando matam um Sem Terra”

2.

Foi assim nesta jornada,

quando mataram mais um,

o companheiro ELTON BRUM,

não teve tempo pra nada.

Numa arma disparada,

o Estado é quem enterra

e uma vida se encerra,

em nome da covardia.

Toda a nossa rebeldia

quando matam um Sem Terra.

3.

É o desatino fardado,

armado até os dentes,

até esquecem que são gente,

quando estão do outro lado.

E vestidos de soldado,

todo o sonho dilacera,

violência prolifera

tiro certeiro, fatal.

Beiram o irracional,

quando matam um Sem Terra.

4.

Quem és tu, torturador,

que tanta dor desatas,

desanima e maltrata

o humilde plantador?

Negas a classe, traidor,

do povo tudo se gera,

te esqueces deveras,

debaixo de um capacete.

Dá a ordem o Gabinete,

quando matam um Sem Terra.

5.

Em algum lugar da pampa,

ELTON deve de estar,

tranquilo no caminhar,

jeito humilde na estampa.

E algum céu se descampa,

coragem se retempera,

outras batalhas se espera,

dois projetos em disputa.

Não se desiste da luta,

quando matam um Sem Terra.

Barra do Ribeiro/RS

27.08.09

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