Venezuela congela as relações com o Brasil por conta da destituição de Dilma Rousseff, Bolívia convoca seu embaixador no Brasil e Rafael Correa qualificou como “traição” a destituição

imagemVenezuela congela as relações com o Brasil por conta da destituição de Dilma Rousseff, Bolívia convoca seu embaixador no Brasil após o impeachment, Rafael Correa qualificou como “traição” a destituição de Rousseff

Resumen Latinoamericano/ Sputnik/ 31 de agosto de 2016 – Venezuela congela as relações com o Brasil por conta da destituição de Dilma Rousseff

O Governo da Venezuela congelou as relações com o Brasil à raiz da destituição de Dilma Rousseff aprovada pelo Senado desse país que, para Caracas, constitui um golpe de Estado, segundo um comunicado emitido pela chancelaria venezuelana. “A Venezuela, em resguardo da legalidade internacional e solidária com o povo do Brasil, decidiu retirar definitivamente seu embaixador da República Federativa do Brasil, e congelar as relações políticas e diplomáticas com o Governo surgido deste golpe parlamentar”, disse o texto.

A Venezuela considera este ato um “golpe de Estado parlamentar” que “perigosamente” substituiu a vontade popular. O comunicado do Ministério de Exteriores da Venezuela argumenta que este processo repleto de “artimanhas jurídicas” foi alimentado pelas “oligarquias políticas e empresariais” em aliança com “fatores imperiais”.

A Venezuela também expressa solidariedade com Rousseff, a quem considera a “mandatária mais honesta” que o país teve e com os milhões de votantes que a elegeram presidenta. O Governo de Nicolás Maduro também adverte que iniciará consultas para apoiar o povo brasileiro.

Bolívia convoca seu embaixador no Brasil após impeachment de Rousseff

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou em sua conta de Twitter a convocatória do embaixador boliviano no Brasil após a destituição da presidenta Dilma Rousseff no Senado.

“Estamos convocando nosso embaixador no Brasil para assumir as medidas que neste momento são aconselháveis”, escreveu o mandatário em seu Twitter.

“Condenamos o golpe parlamentar contra a democracia brasileira. Acompanhamos a Dilma, o Lula e o seu povo nesta hora difícil. # ForcaDilma”, escreveu o presidente boliviano.

Rafael Correa qualificou como “traição” a destituição de Rousseff

O presidente do Equador, Rafael Correa, qualificou, através de sua conta de Twitter, como “uma apologia ao abuso e à traição” a destituição da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.

“Destituíram a Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição”, disse o mandatário e assinalou que o Equador retirará seu encarregado da Embaixada. “Jamais apoiaremos estas práticas, que nos lembram as horas mais obscuras de nossa América. Toda nossa solidariedade com a companheira Dilma, com Lula e com todo o povo brasileiro. Até a vitória sempre!”, finalizou Correa na rede social.

Por sua parte, o Governo equatoriano de Rafael Correa condenou a destituição da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, através de um comunicado emitido pela Chancelaria.

“O Governo do Equador condena os acontecimentos políticos ocorridos na República Federativa do Brasil, que nas últimas horas resultaram na separação definitiva de seu cargo da Presidenta constitucional Dilma Rousseff, legítima depositária do mandato popular”. A destituição de Rousseff foi aprovada com 61 votos de 81 senadores presentes, segundo o registro eletrônico da sala do Senado brasileiro.

Assim, o Equador repudiou “a flagrante subversão da ordem democrática no Brasil” e considerou o ocorrido como “um golpe de Estado sobreposto”. “Políticos adversários e outras forças de oposição confabularam contra a democracia para desestabilizar o Governo e remover de seu cargo de forma ilegítima a presidenta Dilma Rousseff”, acrescenta o documento.

O Ministério de Exteriores do país andino qualificou de “espúrio” o procedimento de destituição levado adiante na instância legislativa, pois não cumpriu com o requisito fundamental de provar que mandatária cometeu crimes de responsabilidade. Em virtude disso, “o Governo do Equador não pode ignorar o fato de que um número importante dos votantes do processo de julgamento político da presidenta está sendo investigado por graves atos de corrupção”. Ante estes fatos, Quito decidiu chamar para consulta seu encarregado de negócios no Brasil.

“Estes lamentáveis acontecimentos, inaceitáveis em pleno século XXI, supõem um serio risco para a estabilidade de nossa região e constituem um grave retrocesso na consolidação da democracia, que tanto esforço e sacrifício significou para nossos povos”, agrega o documento.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/08/31/venezuela-congela-las-relaciones-con-brasil-por-la-destitucion-de-dilma-rousseff-bolivia-convoca-a-su-embajador-en-brasil-tras-impeachment-rafael-correa-califico-como-traicion-la-destitucion-de/