Os movimentos populares têm pela frente uma batalha desigual

imagemPor Miguel Fernández Martínez

Caracas, 9 mar (Prensa Latina) A direita conta com 80% da audiência televisiva e de rádio mundialmente, e a imprensa está nas mãos de seis grandes conglomerados multimidiáticos, é uma batalha tremendamente desigual para os movimentos populares, afirmou o intelectual argentino Atilio Borón.

Prensa Latina conversou em exclusiva com Borón, durante uma das sessões do recém-finalizado XV Encontro da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade, realizado nesta capital nos dias 6 e 7 de março, no qual participaram meia centena de representantes dos movimentos sociais e organizações populares da América Latina.

Para o cientista político latino-americano, essa desvantagem que agora têm os movimentos populares de esquerda, ‘de alguma maneira tem sido facilitada pelo fato de que nós não temos conseguido desenvolver até agora uma consciência da importância de empreender essa batalha.

Teremos que ver – comentou Borón à Prensa Latina – de que maneira implantar algumas táticas. Em primeiro lugar uma estratégia defensiva, e depois passar a uma estratégia mais contraofensiva, mas primeiro temos que defender posições, porém nisso estamos atrasados, não temos feito o suficiente.

Por isso esta convocação que fez o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que é a razão pela qual estamos aqui, algo que nos permitiu unir esforços, estabelecer diagnósticos comuns, e acredito que a partir daqui sairá uma orientação para a ação muito efetiva para empreender essa grande batalha’, enfatizou.

Explicou também que, como resultado deste XV Encontro da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade, ‘teremos um plano de ação, que se o levarmos à prática, não digo que vamos derrubar esses poderes midiáticos, mas vamos ter condições para pelo menos nos defender e eventualmente começar a contra-atacar’.

Referindo-se aos paradigmas com os quais contam hoje os movimentos sociais na América Latina, citou as figuras do revolucionário cubano Fidel Castro, falecido no último dia 25 de novembro, e do líder bolivariano Hugo Chávez, a quem se recordou aqui no quarto aniversário de sua morte.

‘Sempre tenho dito depois que Fidel morreu, que deixou uma herança tão fenomenal que eu sinto que está presente conosco aqui em cada deliberação, assim como Chávez, são pessoas que deixaram uma marca tão profunda em nosso tempo e em nossa história, que o fato de estarem mortos não significa que estejam ausentes. É uma coisa tremendamente notável.

É quase uma ironia – enfatizou -, Fidel morto, demonstrou ter uma tremenda capacidade de convocação… porque esse é o milagre de Fidel, ele está vivo, porque ainda hoje sua memória, seus ensinamentos, tudo o que nos deixou é tão poderoso que continua impulsionando estes projetos.

Fidel não se foi, Chávez não se foi, se encontram aqui, e vamos seguir lutando e nos mirando em seus grandes exemplos’, concluiu o sociólogo argentino.

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