Operários da construção civil em Fortaleza realizam greve por nenhum direito a menos
por Antonio Lima Júnior*
Desde a última quinta-feira (06 de julho), os operários da construção civil de Fortaleza e região metropolitana estão em greve, deliberada na assembleia da categoria no dia 30 de junho, durante as mobilizações nacionais contra as reformas da previdência e trabalhista. Após cinco meses de campanha salarial e sem diálogo com os patrões, representados pelo sindicato das construtoras do Ceará (Sinduscon), os trabalhadores da construção civil resolvem utilizar o melhor mecanismo de luta para pressionar a burguesia: a greve!
Todos os dias, pela manhã, os carros do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza e Região Metropolitana saem para os canteiros de obras da região, chamando os operários que foram ao trabalho para aderirem à greve e se deslocarem para a assembleia da categoria, realizada sempre na Praça Portugal, localizada entre os bairros mais bem equipados da capital cearense, no coração da burguesia.
Em motocicletas ou nos ônibus contratados pelo sindicato, os operários seguem pelas ruas da cidade até o local da assembleia, causando enorme trânsito por onde passam, fenômeno conhecido popularmente como a “tsunami de peão”, arrastando por onde passa a massa de trabalhadores que lutam por melhores condições de trabalho e de vida. Ao chegar na Praça Portugal, os diretores do Sindicato já estão em cima de um carro de som, atualizando os trabalhadores sobre os rumos da greve, até agora sem nenhuma reposta dos patrões, que negam qualquer negociação acerca do vale combustível, que poderia ajudar aqueles que têm moto, uma grande parcela da categoria.
Diante dessa situação, a Unidade Classista no Ceará tem dado total apoio à greve dos trabalhadores da construção civil, apostando na permanência da categoria em luta para garantir suas conquistas e avançar no enfrentamento ao capitalismo, entendendo que o futuro da classe trabalhadora é a construção do Poder Popular rumo ao Socialismo, única alternativa na qual os trabalhadores poderão viver de forma digna, sem patrões que nos explorem e que tanto sugam as riquezas do nosso suor.
*Jornalista da Unidade Classista e do jornal O Poder Popular no Ceará