OLHAR COMUNISTA – 25/07/17

imagemQueda no investimento e aumento de impostos contradizem retórica de crescimento

Ao contrário do crescimento econômico que o governo Temer vem anunciando, a queda nos investimentos públicos – o nível atual está em 0,39% do PIB, bem menos que os 1,1% registrados em 2010 – e o aumento de impostos, combinados, representam uma clara opção de aceitar a recessão, na expectativa de que, se “controladas” as contas públicas, criar-se-á um ambiente de estabilidade que, por si, atrairá investimentos privados em volume suficiente para propiciar a retomada do crescimento.

O corte de despesas cria, na realidade, uma bola de neve ao contrário: contrata-se menos, pagam-se menos salários, compra-se menos, produz-se menos, contrata-se menos e assim sucessivamente. A atração de investimentos privados por conta da estabilidade é uma aposta que, mesmo que se concretize, poderá se dar em nível muito inferior ao que seria necessário para retomar o crescimento.

O investimento é a variável-chave para que a economia cresça, e o investimento público é essencial para que os rumos do crescimento apontem para os setores com mais potencial de geração de empregos e para as áreas sociais, atendendo às demandas e perspectivas da classe trabalhadora.

Mas a burguesia e seus governos subservientes ao capital hoje apostam na perspectiva de recuperar os lucros perdidos na crise capitalista com a desvalorização brutal da força de trabalho, a partir da destruição da legislação trabalhista. Com isso pretendem oferecer mais e piores empregos, totalmente precarizados e descartáveis.

Somente a luta organizada da classe trabalhadora e a retomada das lutas em novo patamar de radicalidade pode reverter esse quadro, do ponto de vista dos interesses das camadas populares.


Morte de 9 imigrantes ilegais nos Estados Unidos: tráfico de pessoas a serviço do capital

Nove imigrantes ilegais morreram neste fim de semana em San antonio, Texas, e outros 20 estão em estado grave. O grupo estava trancado em um caminhão, sem água e sem qualquer refrigeração. Estima-se que havia cerca de 100 pessoas, em sua maioria mexicanos, sendo que alguns já haviam sido retirados para serem encaminhados aos seus destinos finais nos EUA.

Os imigrantes saem dos países mais pobres para os mais ricos, onde procuram trabalho e condições melhores de vida. A grande escala e o caráter mundial do fenômeno revela a imensa desigualdade entre os dois grupos de nações. As condições de transporte, realizado por grupos criminosos que “comercializam” os trabalhadores, são uma pequena amostra do tratamento que é dado à grande maioria dos imigrantes, em geral submetidos a condições as mais duras de trabalho e vida, com salários aviltados. Muitos chegam a submeter-se a condições próximas á escravidão e à prostituição. É uma superexploração do trabalho ilegal que favorece a acumulação de capital.

Todo esse processo é marcado pela hipocrisia do discurso das autoridades dos países recebedores de imigrantes ilegais, que, oficialmente, combatem a imigração ilegal, ao mesmo tempo em que facilitam as coisas a fim de que haja mais trabalhadores superexplorados para beneficiar as empresas privadas que os exploram.


Manobra de Temer coloca meio ambiente em risco

O presidente Michel Temer, buscando a conquista de votos a seu favor no Congresso com vistas a escapar da condenação por corrupção e da consequente perda do cargo, fez concessões criminosas aos ruralistas. A redução de áreas florestais, no estado do Pará, a flexibilização das regras para o licenciamento ambiental e o alongamento do prazo para o pagamento de dívidas ambientais – daqueles que desmataram, por exemplo – são algumas das concessões feitas.

Misturam-se os crimes: o da corrupção sistêmica, motivo das denúncias a Temer, e os crimes de lesa-humanidade, os crimes cometidos em favor da acumulação mais selvagem de capital, realizada às custas da degradação forçada do meio ambiente.