Saída da missão da ONU do Haiti deixa legado de miséria
OLHAR COMUNISTA – 04/09/2017
Após 13 anos de operações, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti – Minustah, liderada pelo Brasil – começa a deixar o país. A missão, lançada em 2004 para enfrentar os violentos conflitos entre grupos armados então existentes, deixa atrás de si um país ainda arrasado pelo terremoto de 2010 e muito pobre, com mais de 40% de analfabetos e uma expectativa de vida de apenas 64 anos. As ruas das principais cidades são cobertas de lixo, há pouco esgotamento sanitário e insuficiência no abastecimento de água.
É um país de tradição de luta, como a da insurreição de escravos por sua libertação deflagrada em 1791, quando os cativos haitianos se revoltaram e a colônia francesa mergulhou numa guerra civil.
Mas trata-se também de um exemplo de nação “esquecida” pelo capitalismo mundial, pelos países desenvolvidos e as organizações multilaterais, fazendo parte do rol de países que não reúnem condições econômicas internas para se desenvolverem por si mesmos, onde predominam regimes de opressão comandados por oligarcas locais associados aos grandes centros, como foi o caso da família Duvalier, que governou o país de 1957 a 1986, com mão de ferro. São regimes que se nutrem da miséria da imensa maioria da população, para manter a riqueza de uns poucos.
Durante o tempo em que assumiu a liderança da missão, o Brasil cumpriu o absurdo papel de terceirizar a repressão em favor do imperialismo, situação que os governos petistas não tiveram a hombridade de reverter. Somente uma nova ordem mundial, uma ordem não capitalista, voltada para a promoção do desenvolvimento com vistas a promover a justiça social e a igualdade poderá reverter a situação desse grupo de países.