KKE: Contra os planos dos EUA/OTAN/UE! Não à xenofobia e ao chauvinismo!

KKE: Contra os planos dos EUA/OTAN/UE! Não à xenofobia e ao chauvinismo!Seção de Relações Internacionais do Comitê Central do KKE

Muitos meios de comunicação internacionais no período anterior centraram sua atenção na Grécia e nas manifestações nacionalistas, que ocorreram em Tessalônica e em Atenas, com o apoio aberto do principal partido da oposição, a ND, assim como de outras forças como “União de Centristas” e a organização fascista criminosa “Amanhecer Dourado”. Com o lema principal “Macedônia é Grécia”, as forças nacionalistas e inclusive fascistas pretenderam explorar a preocupação justificada do povo sobre os desenvolvimentos nas relações do país com a ARYM, para semear o veneno do nacionalismo, da xenofobia.

O KKE não só não apoiou as ditas manifestações, como também tomou uma posição em sua conta, denunciou a ND e os demais partidos que buscavam pescar no rio revolto do nacionalismo e absolver os fascistas que participaram delas.

Assim, a publicação do periódico albanês “Shekulli” (“Século”), que afirmou que o KKE apoiou estas manifestações, somente provoca desgosto. Apesar da reação rápida da Seção de Relações Internacionais do CC do KKE, que exigiu que o periódico fizesse a correção e deixasse de desinformar seus leitores, esta não ocorreu. Parece que, além de outras coisas, o chauvinismo da “Grande Albânia”, semeado pelas forças políticas burguesas e pelos meios de comunicação básicos no país vizinho, cega as pessoas. No entanto, ninguém pode desacreditar o KKE e sua atividade.

Desde os primeiros anos de sua fundação, o KKE se opôs ao expansionismo chauvinista da burguesia grega, que, assim como outras formas de expansionismo chauvinista que se desenvolveram e continuam se desenvolvendo na região, tem como objetivo colocar os trabalhadores “sob uma bandeira estrangeira”, sob a bandeira dos capitalistas, levá-los a derramar seu sangue pelos interesses do capital e ocultar os interesses classistas comuns das classes operárias dos Bálcãs. O KKE mantém uma frente político-ideológica forte contra o expansionismo chauvinista, o nacionalismo e o xenofobismo. Tanto durante a campanha nacionalista da Grécia, em 1992 (da qual participaram todos os partidos políticos e entre eles Synaspismos, o predecessor do SYRIZA), como hoje, o KKE defende a verdade: destacou que é um fato inegável que a Macedônia é uma grande região geográfica compartilhada entre quatro Estados balcânicos, segundo o Tratado de Bucareste, em 1913. Por ocasião do tratado, a Grécia recebeu 51% do território, a Sérvia 39% (ARYM), a Bulgária 9,5% e a Albânia 0,5%. Além disso, o KKE assinalou que questionar esta realidade com a consigna “Macedônia é somente grega”, fazendo referência à região geográfica inteira da Macedônia, abre a garrafa de Eolo, alimenta o nacionalismo e o xenofobismo, proporciona um álibi àqueles que buscam a revisão dos tratados internacionais, como é o caso da classe dominante da Turquia, que questiona o Tratado de Lausanne. Isto acenderá a mecha do barril de pólvora nos Bálcãs.

Ao mesmo tempo, o KKE se opôs também ao cosmopolitismo do capital que, nas condições atuais, é fomentado pelo governo do SYRIZA-ANEL, que visa chegar a um acordo a respeito do nome de ARYM sem tratar em essência as questões do irredentismo, para facilitar a entrada do país vizinho na OTAN e na UE. Assim, o governo do SYRIZA-ANEL demonstra que assumiu o papel do “abandeirado” da OTAN, dos EUA, da UE. Está estendendo as bases dos EUA e da OTAN na Grécia, está gastando grandes quantias de dinheiro para a compra de material militar pela OTAN, em que o povo grego pagou muito caro. Está reforçando a cooperação com Estados assassinos, como são Israel e Arábia Saudita. Busca integrar os chamados “Bálcãs Ocidentais” nas uniões imperialistas da OTAN e da UE. O plano da UE e da OTAN está se desenvolvendo no marco de sua feroz disputa com a Rússia e China na região.

Com estas iniciativas, o governo “de esquerdas” visa facilitar a penetração do capital grego nos Bálcãs, para aumentar sua rentabillidade e promover o objetivo de “fortalecimento do papel geoestratégico do país”, que na verdade não possui nenhuma relação com a prosperidade, a paz e a segurança do povo grego e dos demais povos da região.

O KKE destaca que a participação na OTAN e na UE não é um fator de segurança nem para o povo da Grécia nem para os povos dos demais países e isto foi demonstrado pelo curso das relações greco-turcas. Vemos que a burguesia turca continua com sua postura provocadora mediante suas forças políticas básicas (AKP e CHP), questiona os direitos soberanos da Grécia no Egeu, mantém as violações com barcos e aviões militares, questiona abertamente os tratados que determinam as fronteiras, utiliza a ameaça de guerra caso se aplique o Direito do Mar por parte da Grécia no Egeu, etc.

O KKE está fortalecendo sua luta contra a participação da Grécia nos perigosos planos imperialistas. Exige o fechamento da base em Suda e das demais bases estrangeiras na Grécia. Exige o regresso dos soldados gregos das missões fora das fronteiras. Exige a retirada da Grécia da OTAN e da UE e considera que isto só pode ser garantido pelo povo com o poder operário.

O KKE destaca que os povos estão avançando em seu próprio caminho promissor da luta conjunta, para expulsar os imperialistas dos Bálcãs e de toda a região, derrubar o sistema capitalista bárbaro, que cria a pobreza e as guerras.

Com base nestes objetivos, anunciou que realizará uma grande concentração na terça-feira, 27 de fevereiro, na praça Sintagma (na frente do parlamento), onde o Secretário Geral do KKE, Dimitris Koutsoumpas, pronunciará um discurso sobre o tema: “As posições do KKE a respeito dos acontecimentos nos Bálcãs, no Oriente Médio, no Mediterrâneo Oriental, das relações greco-turcas, da questão Cipriota” e, depois, realizará uma marcha para a embaixada dos EUA em Atenas, com suas principais bandeiras:

NÃO aos planos dos EUA-OTAN-UE!

Os imperialistas estão repartindo de novo o mundo, estão dividindo os povos.

NÃO à linha política do governo do SYRIZA-ANEL, lacaio da OTAN na Grécia!

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