Extraordinária vitória dos trabalhadores municipais da capital de São Paulo
Após mais de duas semanas em greve, com plenárias em frente à Câmara Municipal que reuniram entre 60 e 80 mil pessoas, os servidores municipais da capital de São Paulo obtiveram uma extraordinária vitória contra o prefeito João Dória e seu projeto de reforma da previdência, o famigerado Sampaprev. Diante da pressão dos servidores e das grandes manifestações, o prefeito não conseguiu votos suficientes para aprovar a medida na Câmara Municipal e a retirou de pauta por 120 dias. Esta foi a maior greve na história dos servidores paulistanos.
O prefeito ultraliberal de São Paulo fez de tudo para que a reforma fosse aprovada: tentou manipular a opinião pública com uma campanha publicitária cara e mentirosa, pressionou os vereadores de todas as formas para aprovar a reforma e, diante da pressão dos trabalhadores, na última hora realizou algumas modificações no projeto e, inclusive, tentou uma manobra diversionista ao anunciar que daria um aumento para o piso salarial e para os professores se a reforma fosse aprovada. Nada disso adiantou: a pressão dos trabalhadores, com gigantescas manifestações, foi mais forte e terminou com uma vitória histórica dos servidores.
A derrota política do prefeito Doria mais uma vez demonstra que só a luta dos trabalhadores é capaz de barrar a ofensiva governamental contra os direitos e garantias duramente conquistados. Para Marcele Mendes, do Coletivo de Oposição Sindical Servidores em Luta e da Unidade Classista, a principal característica dessa greve histórica foi a organização por local de trabalho e mobilizações regionais, o que resultou em diversas unidades da Prefeitura totalmente fechadas por 20 dias.
Com a organização e unidade das diversas categorias do município, os servidores ganharam uma batalha importante e ainda permanecem na luta pela retirada definitiva do Projeto de Lei na Câmara Municipal. “A derrota política do prefeito de São Paulo demonstrou que só a luta organizada da classe trabalhadora é capaz não só de derrotar a ofensiva contra direitos e garantias dos trabalhadores, mas também de obter avanços políticos na organização da classe”, diz Marcele.