Justiça para Dandara! Basta de LGBTFOBIA!

imagemKenia Borges*

Hoje, dia 05 de abril, após um ano e quarenta e nove dias, ocorre o julgamento de cinco dos assassinos de Dandara, torturada e morta a tiros na rua, em Fortaleza.

Dandara foi uma das 387 LGBTs mortas violentamente no Brasil em 2017.

O caso da travesti fui publicitado, através de vídeo com as agressões brutais, nas redes sociais.

Entre os absurdos alegados pela defesa, um dos advogados declara que seu cliente não deve ser condenado, porque “quando os disparos foram feitos, a pessoa já estava morta”.

Crimes de ódio como esse, motivados pelo preconceito, quando o criminoso seleciona intencionalmente sua vítima em função de ela pertencer a um certo grupo social, são muitas vezes subestimados pela mídia, a polícia e a justiça, que não levam em conta a violência sistêmica sofrida pelas LGBTs.

Segundo o dramaturgo Leonardo Fabri, “matar Lgbts não é um desvio dentro de uma cultura de ódio, mas sim a norma. Tansferir para o campo do indivíduo um problema social é pouco eficaz”. Mais uma vez estamos transferindo o problema do campo político, econômico, sociológico, para a seara da instabilidade e desvio individual.

Matar, expurgar e atirar em lgbts já mortos não é um desvio e sim a norma da cultura de ódio.

Precisamos combater essa individualização das opressões e combater a cultura dos crimes de ódio, condenando as opressões sistêmicas e estruturais de cada grupo social, mas inserindo-nos ampla e completamente no combate ao maior disseminador da cultura da individualização e do ódio: o capitalismo.

Por Dandaras, Nathálias, Nicholas, Marilucias e Marielles, somos, fomos e seremos comunistas.

*Militante do PCB e do Coletivo LGBT Comunista

Categoria
Tag