No 2º dia, cresce greve nacional dos petroleiros

Destaque para a adesão ao movimento das importantes refinarias da Bahia, em Mataripe, e de São Paulo, em Cubatão. No Rio de Janeiro, os terminais da Baía de Ilha Grande (TEBIG) e o Aquaviário da Baia de Guanabara (TABG) também se somaram. O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro ainda organizou nessa manhã um ato em frente a um dos prédios administrativos da Petrobrás no centro do Rio. O trancaço no Edifício Torre Almirante atrasou por mais de uma hora a entrada dos trabalhadores, esquentou a greve no Rio com uma multidão se aglomerando em frente ao prédio e se solidarizando à luta. Até Polícia Militar interviu para acelerar o encerramento do ato.

A revolta dos petroleiros em greve se explica pelo fato de que os grandes lucros da empresa e a descoberta do pré-sal não chegam até os trabalhadores. Por isso, exigem aumento do salário e melhoria das condições de trabalho daqueles que dedicaram e ainda dedicam sua vida à construção da Petrobrás. A Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro prometem greve por tempo indeterminado até que a gerência de Recursos Humanos dialogue efetivamente com a pauta de negociação da categoria.

A direção do Sindipetro-RJ avalia que a greve está numa crescente. O diretor Emanuel Cancella mostra-se indignado com a truculência da Petrobrás e com a intransigência da empresa em repassar ganhos reais aos trabalhadores:

– Vamos fortalecer a mobilização de luta dos petroleiros em todo o Brasil. Essa mobilização no Rio de Janeiro vai continuar todos os dias até que a empresa avance nas negociações – afirma o coordenador da Secretaria Geral do sindicato.

Os petroleiros, entre outros pontos, reivindicam aumento real (percentual incidindo sobre o salário básico), melhorias na AMS (assistência médica) e mais segurança no trabalho. Em 2011, a companhia já computa 16 mortos em acidentes de trabalho. A luta pelo monopólio estatal do petróleo e pela Petrobrás 100% pública e estatal também fazem parte das bandeiras do movimento.

Veja abaixo o quadro atualizado do 2º dia da greve nacional dos petroleiros:

SINDIPETRO RJ

No estado do Rio de Janeiro, os petroleiros do TEBIG, em Angra dos Reis, encontram-se com adesão de cerca de 80% à greve entre turno e administrativo. Desde ontem realiza-se assembleias a cada troca de turno para avaliar o movimento. Com truculência, a empresa determinou que a vigilância comunicasse aos grevistas a proibição da entrada para almoçar no refeitório da companhia.

No TABG estão sendo realizadas paralisações de duas horas em cada turno. A maioria do administrativo e do turno aderiu. Também estão realizando o corte da emissão de PT (permissão de trabalho), assim nem os terceirizados estão conseguindo trabalhar.

Nos prédios administrativos, no centro do Rio, foram realizados trancaços de uma hora e meia (entre as 7h e 8h30). O Sindipetro-RJ realizou um grande ato no Edita, edifício da Petrobrás no Centro do Rio, retardando em mais de uma hora a entrado dos trabalhadores. Juntou-se um grande contingente de petroleiros na porta do prédio. No final da atividade, aplaudiram o movimento de luta e o Sindicato. A Polícia Militar chegou com armamento pesado ao final do ato forçando seu encerramento.

SINDIPETRO DO LITORAL PAULISTA

Os petroleiros do Litoral Paulista entraram no segundo dia de greve por tempo indeterminado.

Nesta quinta-feira (17/11), os trabalhadores fizeram novas concentrações na porta das unidades e, logo em seguida, voltaram para as suas casas. Todas as unidade de terra na região foram afetadas pelo movimento.

Na RPBC, em Cubatão, a adesão foi de 100% do turno e de 80% do administrativo. Em represália ao movimento, a gerência da refinaria cortou o transporte dos grevistas. A justificativa apresentada foi de que a companhia não poderia liberar os ônibus para os trabalhadores, pois a empresa estaria colaborando com o movimento. No entanto, esta é a primeira vez que a RPBC adota esta medida.

No Terminal Alemoa, repetindo o quadro do primeiro dia de greve, a adesão foi de 100%, atingindo os trabalhadores do turno, ADM e terceirizados. Desde ontem (16/11), por volta das 16 horas, houve corte de rendição na troca de turno. Agora, está nas instalações da unidade apenas o grupo de contingência da empresa. O Terminal Alemoa também enfrenta uma greve de petroleiros terceirizados. Desde sexta-feira (11/11), os trabalhadores da empresa TQM reivindicam melhores salários. Em Pilões, a greve ganhou corpo e teve a participação do Turno, ADM e petroleiros terceirizados. A adesão foi de praticamente 100%.

Nas duas unidades da Petrobrás no Litoral Norte – Tebar (São Sebastião) e UTGCA (Caraguatatuba) – todos os trabalhadores do Turno participaram da greve. No ADM, cerca de 90% dos empregados aderiram ao movimento. Já em Itanhaém, mais uma vez os diretores do Sindicato estiveram presentes no aeroporto para debater com os petroleiros embarcados os próximos passos da campanha nas plataformas de Merluza e Mexilhão.

SINDIPETRO BAHIA

continua a  GREVE POR TEMPO INDETERMINADO, com paralisação em todas as áreas operacionais, RLAM, FAFEN e outras áreas, (instalações de piquetes na capital e interior); Todas as unidades estão sendo afetadas pelo movimento, que já ganha peso nacional e repercussão positiva em outras bases. Prova disso é a antecipação da reunião do Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros para amanhã (18/11), que está sendo solicitada pelo Sindipetro Bahia com o apoio do Sindipetro-RN.

SINDIPETRO AL/SE

SERGIPE: Atalaia, Sede da Rua Acre, FAFEN, Carmópolis (Jordão, Siriri, Riachuelo e base de CP) a greve continua forte, com paralisação das obras na FAFEN. ALAGOAS: Porto (Transpetro AL) houve uma trancaço, está em greve com 70% de adesão, corte de rendição de 90% dos trunos, Estação do Pilar realizaram atraso de tres horas,

SINDIPETRO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Em São José dos Campos, a greve continua, desde às 15 horas de ontem (16/11) houve corte de rendição nos grupos de turno. A proposta da empresa esta sendo rejeitada.

SINDIPETRO PA/AM/MA/AP

No Sindipetro-PA/AM/MA/AP, os trabalhadores estão intensificando os atrasos nas unidades. Nesta quinta-feira (17/11), a entrada dos trabalhadores do prédio administrativo de Manaus foi atrasada em duas horas e meia.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações do Sindipetro-LP e da FNP.

Categoria